Marcelo Osakabe e Daniel Weterman | O Estado de S. Paulo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que uma possível “porta” de diálogo com o petista Fernando Haddad está “enferrujada”. “Acho que a fechadura enguiçou”, afirmou FHC. Segundo o ex-presidente, os eleitores “não levam mais em conta a orientação dos partidos”.
“A frente democrática é uma expressão que havia no passado. Acho que os partidos, as instituições, os sindicatos, estão um pouco escorregadios porque a sociedade mudou. Vocês acham que as pessoas vão olhar para alguma frente?”, questionou o tucano, em referência à tentativa do PT de formar uma coalizão de partidos em apoio a Haddad. FHC recebeu ontem o prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita, concedido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em parceria com o Estado.
Questionado se ajudaria Jair Bolsonaro (PSL), disse que “ele não estende a mão a ninguém”.
Ao saber das declarações de FHC, Haddad disse que o tucano não o apoiou como gostaria. “Quando ele falou que tinha uma porta, eu ouvi isso com alguma esperança. Só soube que ela estava enferrujada hoje (ontem), então ele está aos poucos contando toda a história”, disse. “A vida é assim. A história às vezes cobra os nossos posicionamentos. Nem sempre avisa.”
Moro. Em entrevista ao SBT, Haddad fez acenos ao eleitorado de centro que não manifestou apoio a ele. O petista fez elogios ao juiz federal Sérgio Moro e a FHC, ao mesmo tempo que não deixou de criticar a presidente cassada Dilma Rousseff.
Ao falar de Moro – responsável pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – disse que, “em geral, ele ajudou”. “Em relação à sentença do Lula, acho que tem um erro que vai ser corrigido pelos tribunais superiores porque ele não apresentou provas contra o presidente. Mas, em geral, eu acho que o Sérgio Moro fez um bom trabalho, embora eu ache que ele tenha soltado muito precocemente os empresários e liberado dinheiro roubado para estes empresários usufruírem a vida.”
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