Tucano vê sucessão indefinida e se diz pronto para "o que der e vier"
Paulo Celso Pereira e Maria Lima
Brasília - Um dia após o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (MG), retomar a linha de frente do embate político afirmando que o candidato que chegar ao segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff ganhará a eleição, o ex-governador José Serra (PSDB-SP) ressurgiu em Brasília e deixou claro que se considera uma das opções para a disputa. Após participar de um seminário sobre os 25 anos da Constituinte, Serra afirmou, em entrevista, que o quadro da sucessão presidencial de 2014 ainda está indefinido.
— Não me aposentei da política, muito pelo contrário. Eu até sou contra aposentadoria prematura. A questão dentro do PSDB, conforme já disse o próprio Aécio, na condição de presidente do partido, só será decidida ano que vem, a partir de março. Ai nós vamos ver, temos muito tempo ainda. Acho que ainda vão ter muitas mudanças pela frente. Estarei disposto para o que der e vier — afirmou.
Confiança nas pesquisas
Perguntado se seu nome ainda era competitivo para disputar a Presidência da República, Serra não titubeou:
— Eu vejo isso pelas pesquisas.
O ex-governador criticou intensamente a antecipação da campanha eleitoral, inclusive pelo PSDB, mas a atribuiu ao ex-presidente Lula. Segundo, ele, o governo da presidente Dilma Rousseff ficou dois anos "perplexo" com a herança recebida do ex-presidente e está gastando os outros dois anos em campanha.
— Não tem governo, e quem paga o preço é o país — afirmou.
Serra comentou a provocação de Dilma aos pré-candidatos à Presidência.
— A presidente Dilma reivindicou que os candidatos estudem, mas aparentemente ela e sua equipe não estudaram muito antes e nem aprenderam depois. Porque conseguiram a seguinte combinação: economia com crescimento lento, inflação elevada e taxas de juros, as maiores do mundo.
O ex-governador concordou com a avaliação de Aécio de que o candidato que for com Dilma para o segundo turno das eleições ganhará a disputa. E disse que o cenário atual é diferente do de 2010, quando perdeu para Dilma:
— As pesquisas mostram que a condição da presidente para a reeleição não é confortável. Até porque seu nível de aprovação é baixo para quem está no comando do processo. Naquela ocasião, a maioria da população não que na mudança na política de governo. Hoje, a grande maioria quer.
Serra mostrou entusiasmo com a revisão da pesquisa Datafolha, que dá a ele a maioria dos Votos que iriam para Marina Silva. Quando a ex-senadora é substituída por Eduardo Campos na pesquisa, 33% dos eleitores dela optam por Serra e 32% pelo Pré-candidato do PSB. Dilma aparece em terceiro lugar na preferencia dos marineiros.
— Eu já tinha isso presente "não é nenhum dado novo. O interessante foi esse percentual ter acontecido na semana de pico de Eduardo e Marina (na mídia) — comemorou Serra.
Fonte: O Globo
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