• Presidente de associação classificou de ‘grande bobagem’ declaração de ex-senadora
• Segundo ela, PSDB tem cheiro de derrota no segundo turno
Ezequiel Fagundes – O Globo
UBERABA (MG) – Pré-candidato à Presidência pelo PSB, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos contrariou, na manhã desta quinta-feira, a cúpula da pecuária mineira em sua primeira visita oficial na feira agropecuária Expozebu, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, ao defender sua vice, a ex-senadora Marina Silva, vista como crítica ao agronegócio. Antes de encontrar Campos, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Luiz Claudio Paranhos, classificou de “grande bobagem” a declaração de Marina ao jornal “Folha de S.Paulo”.
Segundo ela, PSDB tem cheiro de derrota no segundo turno. Já Campos afirmou que a aliada fez apenas uma constatação. Nas últimas três eleições presidenciais, o PSDB do senador e presidenciável, Aécio Neves, foi derrotado pelo PT, ex-partido de Marina.
- Na verdade, isso é um fato. O que ela faz é um relato fático que nas últimas três eleições a polarização se estabeleceu com êxito para um lado. Não é uma interpretação. É o relato de um fato e nós entendemos que é preciso superar essa polarização, unir o Brasil, aproveitar as coisas boas que foram produzidas nos últimos anos no Brasil, sem essa posição que a gente assiste constrangido de uns negando as coisas boas que o outro fez. Nós temos que aproveitar o que há de bom e tirar o Brasil do caminho errado dos últimos anos, que é baixo crescimento, inflação em alta, juros em alta - afirmou Campos.
Ligado a Aécio, Paranhos criticou duramente o posicionamento de Marina, em conversa informal com fazendeiros, na porta da sede da ABCZ, enquanto esperava Campos chegar no parque de exposições.
- Viram a bobagem que a Marina falou ontem em São Paulo? Achei uma grande bobagem, fica parecendo discurso de petista - afirmou.
Em entrevista, Campos defendeu a criação das CPIs da Petrobras e do Metrô, mas indicou que a investigação da estatal do petróleo pelo Congresso Nacional não seria uma prioridade.
- Espero que as CPIs cumpram o seu papel, punir quem errou. Sobretudo nesse momento que a Polícia Federal está fazendo a investigação, o Ministério Público já está fazendo a investigação, a Justiça já tem processo sobre isso, o Congresso vai fazer investigação. Tenho uma preocupação nesse instante como tirar a Petrobras da situação que ela se meteu - considerou.
Caminhos diferentes
Diferente de Aécio, que participou de sabatina aberta com os pecuaristas na última sexta-feira, Campos optou por vetar a presença da imprensa e pelo encontro a portas fechadas. Cerca de 80 fazendeiros participam da reunião. Campos voltou a evitar comparações com Aécio, com quem fez um acordo pré- eleitoral em Minas e Pernambuco.
- O nosso objetivo não é parecer ser diferente de A ou de B. O nosso objetivo é mostrar que tem um caminho diferente para ser trilhado no Brasil, que existe uma opção que deseja melhorar a qualidade da gestão pública, unir o Brasil em torno de um firme propósito que o país pode der melhor, ter uma política macroeconômica responsável que respeita os interesses dos mais pobres. A campanha política exige esse ano que os candidatos apresentem ideias, essa velha briga de nós e eles não é mais suficiente -declarou Campos.
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