• Pré-candidato tucano à Presidência participou de encontro com pecuaristas
Ezequiel Fagundes – O Globo
UBERABA – Em encontro com pecuaristas, o senador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, criticou duramente o aparelhamento da máquina pública no governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e se comprometeu, caso vença a eleição, a não barganhar o ministério da Agricultura com os aliados. A reunião nesta sexta-feira também contou com a presença do ex-governador José Serra. Amanhã, a presidente Dilma participa da abertura da 80ª edição da Exposição Internacional de Gado Zebu (Expozebu), que estima movimentar mais de R$ 150 milhões com leilões e negócios na cidade.
Ao contrário do ano passado, quando Dilma e Aécio dividiram o palco de abertura da Expozebu, o tucano não vai marcar presença no parque de exposições. O senador mineiro, no entanto, já confirmou que vai prestigiar a tradicional feijoada do pecuarista Jonas Barcelos, na fazenda Mata Velha.
- Não podemos permitir que o ministério da Agricultura seja transformado em moeda de troca do governo federal. O ministro da Agricultura tem que se sentar com o ministro da Fazenda e com o ministro do Planejamento para discutir o orçamento. Não há projeto de poder que justifique o que estão fazendo com o estado brasileiro. Nós vamos dar ao ministério da Agricultura a dimensão que ele merece - prometeu.
Irônico ao falar sobre a quantidade de ministérios, o tucano comparou o governo Dilma com o governo do Sri Lanka, na Índia.
- Quero trocar esse perverso aparelhamento da máquina pública, feito pelo governo federal, cuja consequência é a ineficiência e os sucessivos desvios pela meritocracia. É quase um acinte, para usar um termo brando, falar que o Brasil tem hoje 39 ministérios, 25 mil cargos em comissão. Para se ter uma ideia, nós só temos menos ministérios no mundo do que o Sri Lanka. E que se cuide o Sri Lanka, porque se tiver alguém com dois ou três segundos na TV para dar para à candidata a presidente ganha mais um ministério.
De acordo com Aécio, o inchaço da máquina estatal fez enriquecer grupos políticos.
- Temos que ousar, temos que ter na administração pública a coragem de romper com estruturas carcomidas como estas que estão aí. O nosso dever é apresentar ao Brasil uma proposta alternativa.
Vamos vencer, não sei. Mas tenho uma vantagem enorme em relação a quem está no governo. Vou fazer uma campanha pregando as minhas crenças, falando a verdade e dizendo aquilo que acredito. O governo deve ser um instrumento de desenvolvimento econômico e social do Brasil e não de enriquecimento de grupos políticos que estão na estrutura do governo gerando indignação entre os brasileiros - atacou.
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