Por Bruno Peres e Andrea Jubé – Valor Econômico
BRASÍLIA - O vice-presidente Michel Temer preparou para hoje um breve discurso público, diante do afastamento do cargo da presidente Dilma Rousseff, para ser feito tão logo seja empossada a equipe escalada para acompanhá-lo na interinidade da Presidência da República. Também há a expectativa por uma primeira reunião de trabalho aberta.
Conforme informou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, Temer dirá que a gravidade da crise atual do país pode ser superada a partir do que tem classificado como "união nacional". Para demonstrar que esse esforço precisa envolver todos, Temer anunciará o corte de gastos, para dar exemplo dos sacrifícios que virão.
Um tema sensível, a continuidade das investigações da Operação Lava-Jato será assegurada por Temer no pronunciamento público que fará. Na condição de presidente da República em exercício, Temer dirá que as instituições serão respeitadas e a Lava-Jato terá "total independência e liberdade". Em uma mensagem com contornos de um pedido de voto de confiança, Temer dirá que o esforço do país terá resultados já no próximo ano.
A aprovação da revisão da meta fiscal para este ano, cujo prazo para análise é 22 de maio, será uma das prioridades no Congresso para a gestão Michel Temer. A proposta é essencial para evitar o risco de paralisação da máquina pública, justamente no momento em que Temer espera contar com um período para apresentar um choque de gestão durante a interinidade na Presidência da República.
O assunto foi tratado na terça-feira durante reunião de Temer com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com a presença do senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente nacional de seu partido e nome certo em uma equipe de governo Temer. No encontro, avaliou-se que não se trata sequer de questionar as projeções já feitas pela equipe de Dilma Rousseff - a avaliação é que o rombo nas contas públicas provavelmente foi subestimado -, mas garantir a aprovação da proposta já encaminhada ao Congresso.
Temer permaneceu ontem na residência oficial ainda tentando concluir a formação de sua equipe, em encontros que se estenderam pela noite, com aliados e apoiadores. Ao longo do dia, Temer teve mais um encontro com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD), nome indicado para comandar o ministério da Fazenda a em sua gestão. No fim da tarde, a família de Temer chegou de São Paulo à residência oficial.
O vice-presidente recebeu também a visita de deputados de diferentes partidos que formam a sua base e que lhe asseguraram disposição de votar as medidas necessárias ao início seguro do governo.
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