Previsão para aumento do PIB aumentou para 1,7%, segundo pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central
Gabriela Valente, Marcello Corrêa
BRASÍLIA e RIO - Pela segunda vez consecutiva, economistas de instituições financeiras elevaram a perspectiva de inflação neste ano, para 6,11%, ante 6,01% na semana anterior, segundo a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira. É a projeção mais alta desde janeiro de 2012, quando o mercado esperava que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011 fechasse em 6,55% (o índice acabou encerrado em 6,5%, teto da meta do governo). Há quatro semanas, analistas esperavam variação bem menor, de 5,93%.
O aumento da previsão para a alta de preços ocorre na semana em que o IBGE divulga o IPCA-15 de março, considerada a prévia da inflação oficial. Em fevereiro, o IPCA acelerou para 0,69%, puxado pelos reajustes das mensalidades escolares. Nesta segunda-feira, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV)acelerou para 1,29% em março, ante alta de 0,30% no mês passado, puxado pelo aumento dos preços no atacado.
As previsões para o comportamento do IPCA-15, que será divulgado nesta semana, não são animadoras. O Itaú, por exemplo, espera uma alta de 0,76%. Isso elevaria a inflação acumulada em 12 meses de 5,65% para 5,93%. A meta para o ano é de 4,5% com uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais.
Para os economistas do Itaú, os preços serão pressionados por aumentos de alimentos e bebidas frutos de condições climáticas adversas. Além disso, transporte também terá impacto negativo por causa de preços de passagens aéreas e combustíveis.A instituição ainda cita outros riscos num comunicado enviado para os clientes.
“Somando-se o efeito das condições climáticas adversas nos preços dos alimentos, o mercado de trabalho é mais apertado do que o esperado anteriormente e esperamos que a moeda local para depreciar daqui para frente. Ambos os fatores criam pressão sobre tendências da inflação. Temos a projeção de inflação para terminar este ano em 6,2 % e 6,0% em 2015”.
Já o Bradesco prevê aceleração para 0,80%, "refletindo as altas de produtos alimentícios in natura e de passagens aéreas", conforme informou o banco em comunicado.
Selic e PIB
Os indicadores de inflação devem ser observados de perto pelo mercado, já na expectativa da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando será decidido o destino da taxa básica de juros. A expectativa da pesquisa Focus é que o BC eleve a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano.
Já, o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, continua vendo maior aperto monetário. A mediana das projeções é de Selic a 11,75 por cento no final de 2014, inalterado ante a semana anterior. Para 2015, mantiveram a projeção de Selic a 12%.
O relatório também indicou uma melhoria na previsão para o crescimento da economia, que retornou para o patamar de 1,7%, após ter caído para 1,68% na semana passada.
Fonte: O Globo
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