*Hannah Arendt (1906-1975), “A vida do
espírito” p.274. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2009.
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
Opinião do dia - Hannah Arendt* (pensar o futuro)
O que a mídia pensa | Editoriais | Opiniões
Xi saiu vitorioso na disputa com Trump em 2025
Por O Globo
China obteve dos EUA corte de tarifas, acesso
a chips avançados de IA e vista grossa a suas pretensões sobre Taiwan
Donald Trump voltou à Casa Branca em janeiro com o objetivo declarado de dobrar a China à sua vontade. Antes de completar duas semanas no poder, elevou as tarifas cobradas de produtos chineses de 10% para 20%. “Foi apenas um tiro de advertência. Se não conseguirmos fechar um acordo com a China, as tarifas serão muito, muito substanciais”, disse na época. Nos meses seguintes, a previsão se tornou realidade. No primeiro tarifaço em abril, a China foi contemplada com as maiores sobretaxas e, em seguida, começou a retaliar. A sucessão de respostas americanas fez a tarifa cobrada de produtos chineses chegar a inacreditáveis 145%. Em maio, com o primeiro cessar-fogo na guerra comercial, caiu para 30%. Hoje está em 20%. Parece evidente que, no primeiro ano de Trump, o chinês Xi Jinping levou a melhor.
Balanço do ajuste de contas com a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Por Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
Comorbidades e nova
dosimetria podem permitir que Bolsonaro volte mais cedo à prisão domiciliar,
mas antes das eleições isso só ocorrerá se realmente estiver muito doente
Para usar uma expressão do general Golbery do Couto e Silva, estrategista do regime militar, talvez uma “diástole” em relação ao presidente Jair Bolsonaro e aos generais condenados pelo 8 de Janeiro tenha começado mais cedo do que se imaginava, na velha tradição republicana de perdoar os revoltosos. A origem dessa tradição é a Guerra dos Farrapos, um movimento republicano e separatista que sacudiu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina de 1835 a 1845, cujos generais foram anistiados e incorporados ao Exército Brasileiro com suas patentes originais, pelo Tratado de Poncho Verde e, depois, canonizados pela República.
EUA ainda crescem, Trump não. Por Vinicius Torres Freire
Folha de S. Paulo
Economia deve crescer perto de 2% em 2025,
menos do que em 2024 e com mais desigualdade
PIB dos EUA deve avançar mais em 2026, ano de
eleição crucial para política mundial
Donald Trump não
estropiou a economia americana,
no curto prazo, como se imaginava pelo menos até abril, quando muito
se discutia o risco de recessão. Ajudou que tenha desistido das
idiotices piores. Nos primeiros três trimestres do ano, o PIB cresce
pouco mais do que 2%. Em 2024, cresceu 2,8%.
PIB não diz lá tanta coisa sobre o bem-estar material das pessoas, afora em recessões ou em épocas raras de exuberância contínua. Por vezes, mesmo um PIB andando bem não diz lá tanta coisa sobre possibilidades políticas. Ainda assim, convém prestar atenção. As andanças dos juros americanos e do dólar definem parte importante da vidinha econômica no Brasil.
Profissão: perigo. Por Hélio Schwartsman
Folha de S. Paulo
Escolha de carreira de um indivíduo impõe
limitações sobre vida pessoal
Moraes deve explicações sobre relacionamento
com banco Master
As escolhas profissionais de um indivíduo afetam seu estilo de vida. Se você quiser ter uma esposa, filhos e conviver publicamente com eles, risque o item padre católico de sua lista de opções. Se não desejar ser acordado no meio da madrugada por uma mãe aflita, descarte a pediatria em consultório particular. Quem não se dispuser a trabalhar aos fins de semana não deveria ser mestre-cuca, garçom nem jornalista esportivo.
Esforço de Fachin será premiado. Por Dora Kramer
Folha de S. Paulo
Hoje voz isolada no STF, o presidente ganha
apoio na sociedade para criar um código de ética para magistrados
Se há regras para quase tudo, deve haver
também para os donos do poder de regular a legalidade como um todo
O esforço do presidente do Supremo
Tribunal Federal, Edson Fachin,
pela criação de um código de ética para magistrados tem sido muito bem
recebido em setores da chamada sociedade organizada, que já fazem circular
manifestos em apoio à ideia.
Por óbvio: se há regras para a regulação de quase tudo, deve haver também para os donos do poder de regular a legalidade como um todo. Anormal é tanto a inexistência desse guia quanto objeções explícitas e implícitas de ministros a se submeterem a normas de conduta.
Código de conduta para o STF é urgente. Por Vera Magalhães
O Globo
A democracia brasileira não precisa de um
Supremo acuado, tampouco de um Supremo hipertrofiado e blindado a controles
O Supremo Tribunal Federal foi, sem exagero,
uma das colunas que impediram o desabamento institucional do país nos últimos
anos. Quando outros Poderes vacilaram, se omitiram ou flertaram com a ruptura
tentada por Jair Bolsonaro, coube ao STF impor limites, afirmar regras do jogo
e garantir que a democracia sobrevivesse a seu momento mais crítico desde a
redemocratização. Esse papel histórico é inegável — e precisa ser reconhecido.
Justamente por isso, o tribunal não pode se comportar como instância imune a críticas, escrutínio público ou mecanismos mínimos de prestação de contas. A força que o Supremo acumulou, por necessidade e por omissão alheia, cobra agora um preço: quanto maior o protagonismo, maior a obrigação de transparência, autocontenção e exemplaridade. As controvérsias recentes não são detalhes laterais nem ruídos fabricados por inimigos da democracia, como muitos tentam fazer crer.
A bancada silenciosa do STF. Por Elio Gaspari
O Globo
A adoção de um código de conduta merece ser
discutida às claras, com nomes e sobrenomes
A manifestação de cinco ex-presidentes do
Supremo Tribunal Federal favoráveis à criação de um código de conduta para os
atuais ministros da Corte foi um tiro certeiro contra a bancada que combate a
ideia.
Estranha bancada. Manifesta-se com a capa ectoplásmica do off, por meio da qual sua opinião é divulgada, mas sua identidade é preservada. Foi assim que surgiu a notícia segundo a qual Fachin está isolado ao propor o código. Tudo bem, a maioria dos ministros pode não gostar da ideia, mas eles não põem a cara na vitrine. Salvo engano, a única resistência pública partiu do ministro Alexandre de Moraes, mesmo assim, numa fala de 2024:
O ministro do ‘novo clero’. Por Bernardo Mello Franco
O Globo
Novo titular do Turismo nunca disputou
eleições, mas é herdeiro de uma oligarquia regional
Em Brasília, como no romance de Lampedusa, às
vezes tudo deve mudar para continuar como está.
Em setembro, o União Brasil anunciou o rompimento com o governo e a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo. O paraense se segurou na cadeira por três meses, até ser expulso do partido. Ontem o presidente Lula deu posse ao novo titular da pasta, o paraibano Gustavo Feliciano. Para surpresa de ninguém, ele foi indicado pelo União Brasil.
Feliz Ano Velho! Por Vera Rosa
O Estado de S. Paulo
Lula não inventará em 2026 marola ou novo programa, mas fios desencapados atingem aliados
O governo termina o ano com uma prioridade
para 2026: a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não vai
inventar marola nem novo programa. De agora em diante, tudo o que for anunciado
será apenas vitrine para a campanha eleitoral do ano que vem. Na prática, nada
de inusitado sairá do papel nos próximos meses.
Alguns assuntos, porém, causam pânico no Palácio do Planalto pelo potencial explosivo. Na lista de fios desencapados que podem atingir aliados estão a CPI do INSS, o intrincado negócio do Banco Master, a Operação Carbono Oculto, o imbróglio da Refinaria de Manguinhos (Refit) e o infindável estica e puxa das emendas parlamentares.
Moraes chegou a ligar 6 vezes em 1 dia ao BC para tratar do Banco Master
DAVID FRIEDLANDER ELIANE CANTANHÊDE COLABOROU RICARDO CORRÊA / O Estado de S. Paulo.
Uma reunião com Galípolo foi presencial;
ministro diz que trataram só de Lei Magnitsky
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, chegou a ligar 6 vezes em 1 dia para Gabriel Galípolo, do BC, para saber sobre a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), informam David Friedlander e Eliane Cantanhêde. Os telefonemas fazem parte de uma das conversas de Moraes com Galípolo a respeito do assunto, sendo uma delas presencial. A pressão ocorreu em meio à análise do negócio que salvaria o Master, liquidado pelo BC sob suspeita de fraudes de R$ 12,2 bilhões. A mulher de Moraes, Viviane Moraes, tinha contrato de R$ 129 milhões para representar o Master. Em nota, Moraes afirmou que contatos tiveram como “exclusivo” objetivo tratar da Lei Magnitsky. O BC confirmou, mas não usou o termo “exclusivamente”.
Moraes ligou 6 vezes em um dia para Galípolo sobre Master, diz jornal; ministro nega telefonemas
Por Folhapress / Valor Econômico
O ministro Alexandre de Moraes, do STF
(Supremo Tribunal Federal), teria ligado seis vezes em um mesmo dia para o
presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para saber do andamento da
análise da operação de compra do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília),
segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Em novo comunicado divulgado na noite desta
terça-feira (23), Moraes disse que "inexistiu qualquer ligação telefônica
entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto".
O magistrado confirmou a realização de duas
reuniões com Galípolo, em 14 de agosto e 30 de setembro. Segundo ele, os
encontros tinham como objetivo tratar dos efeitos da aplicação da Lei
Magnitsky, que prevê sanções financeiras e foi usada pelo governo dos Estados
Unidos contra Moraes e sua mulher, Viviane Barci de Moraes.
"Em nenhuma das reuniões foi tratado
qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do BRB
pelo Banco Master", afirmou.
O ministro disse ainda que o escritório de advocacia de sua esposa --que possui contrato com o Master-- "jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central".
Moraes diz que nunca foi ao Banco Central e nem telefonou a Galípolo
Por Giullia Colombo / Valor Econômico
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes informou na noite dessa terça-feira (23), por meio de nota
divulgada pela Corte, que realizou em seu gabinete duas reuniões com o
presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para tratar dos efeitos da
aplicação da Lei Magnistiky. Segundo a nota, em nenhuma das reuniões foi
tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à negociação
de aquisição entre o BRB o Banco Master. Ele também negou que isso tenha
ocorrido por meio de ligação telefônica.
Essa é a segunda nota divulgada por Moraes nesta terça-feira. A primeira não negava explicitamente que tivesse conversado com Galípolo sobre o caso do Master.



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