Alexandre Rodrigues, RIO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Obras em favelas devem formar principal vitrine do projeto de reeleição de Cabral e podem impulsionar Dilma
Dois anos depois de lançados, os projetos de urbanização de favelas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio começam a ganhar velocidade. Depois de muitas cerimônias de lançamentos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), as obras foram intensificadas. Nos últimos dias, um formigueiro de operários se desdobra para finalizar os equipamentos que Lula deve inaugurar hoje nos complexos do Alemão e de Manguinhos.
Dados obtidos pelo Estado mostram que a execução orçamentária dos projetos foi baixa em seu início. Pouco mais da metade do dinheiro previsto para as obras das duas favelas foi empregada em 2008. Até o mês passado, menos de 10% da dotação de R$ 219,5 milhões para as favelas do Alemão em 2009 havia sido liquidada. Em Manguinhos, foram empregados menos de R$ 1 milhão dos R$ 107,9 milhões reservados. Na Rocinha, onde as obras estão mais atrasadas, nenhum equipamento está pronto.
As obras em favelas deverão formar a principal vitrine do projeto de reeleição de Cabral em 2010 e podem impulsionar a eventual candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. Foi numa visita às três favelas em março de 2008 que Dilma ganhou de Lula o título de "mãe do PAC".
Aliado de Lula no PMDB, Cabral tenta superar a popularidade abaixo do esperado, de menos de 30% das intenções de voto. Depois de herdar do casal Garotinho um governo de pouca capacidade de investimento, o governador abraçou o PAC de Lula. Só no projeto de favelas do governo estadual, que atinge também o Complexo Cantagalo-Pavão e o Morro do Proventório, em Niterói, o governo federal entra com R$ 731 milhões do total estimado de quase R$ 1 bilhão.
DIFICULDADE
O ministro das Cidades, Márcio Fortes, e o vice-governador Luiz Fernando Pezão, que acumula a Secretaria de Obras, admitiram dificuldades com a burocracia na elaboração e aprovação dos projetos para a liberação dos recursos pela Caixa Econômica Federal. Outro problema é a difícil negociação sobre a indenização de favelados removidos. Moradores se queixam de valores baixos, inferiores a R$ 10 mil.
Segundo o ministro Fortes, os entraves com os projetos do PAC se repetem pelo País. O ministro informou que o governo já trabalha com o horizonte de fechar 2010 com 19% e 29% das obras de saneamento e habitação, respectivamente, incompletas. O secretário Pezão confirmou que as obras devem ser concluídas em 2010.
ESTAÇÕES
No canteiro das obras de elevação da linha férrea que separa comunidades de Manguinhos, o que se vê é só uma grande escavação no local que virará uma área verde de lazer e um terminal de integração ônibus-trem. No Morro do Adeus, chama a atenção a rapidez com que foram removidas dezenas de barracos para a construção da primeira estação do teleférico que ligará seis pontos do Alemão à estação de trem de Bonsucesso. Uma grande via aberta na encosta, que recebe paisagismo, é a pista para um frenético sobe e desce de caminhões e operários que trabalham na estaca matriz da estação.
A fundação de uma segunda, no Morro da Baiana, também está em curso, mas o traçado do futuro meio de transporte alternativo, com suas seis estações e 47 pontos de sustentação dos cabos, ainda está longe da paisagem da megafavela. Mesmo assim, Pezão arrisca. Ele espera pelo menos três estações funcionando em maio.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Obras em favelas devem formar principal vitrine do projeto de reeleição de Cabral e podem impulsionar Dilma
Dois anos depois de lançados, os projetos de urbanização de favelas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio começam a ganhar velocidade. Depois de muitas cerimônias de lançamentos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), as obras foram intensificadas. Nos últimos dias, um formigueiro de operários se desdobra para finalizar os equipamentos que Lula deve inaugurar hoje nos complexos do Alemão e de Manguinhos.
Dados obtidos pelo Estado mostram que a execução orçamentária dos projetos foi baixa em seu início. Pouco mais da metade do dinheiro previsto para as obras das duas favelas foi empregada em 2008. Até o mês passado, menos de 10% da dotação de R$ 219,5 milhões para as favelas do Alemão em 2009 havia sido liquidada. Em Manguinhos, foram empregados menos de R$ 1 milhão dos R$ 107,9 milhões reservados. Na Rocinha, onde as obras estão mais atrasadas, nenhum equipamento está pronto.
As obras em favelas deverão formar a principal vitrine do projeto de reeleição de Cabral em 2010 e podem impulsionar a eventual candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. Foi numa visita às três favelas em março de 2008 que Dilma ganhou de Lula o título de "mãe do PAC".
Aliado de Lula no PMDB, Cabral tenta superar a popularidade abaixo do esperado, de menos de 30% das intenções de voto. Depois de herdar do casal Garotinho um governo de pouca capacidade de investimento, o governador abraçou o PAC de Lula. Só no projeto de favelas do governo estadual, que atinge também o Complexo Cantagalo-Pavão e o Morro do Proventório, em Niterói, o governo federal entra com R$ 731 milhões do total estimado de quase R$ 1 bilhão.
DIFICULDADE
O ministro das Cidades, Márcio Fortes, e o vice-governador Luiz Fernando Pezão, que acumula a Secretaria de Obras, admitiram dificuldades com a burocracia na elaboração e aprovação dos projetos para a liberação dos recursos pela Caixa Econômica Federal. Outro problema é a difícil negociação sobre a indenização de favelados removidos. Moradores se queixam de valores baixos, inferiores a R$ 10 mil.
Segundo o ministro Fortes, os entraves com os projetos do PAC se repetem pelo País. O ministro informou que o governo já trabalha com o horizonte de fechar 2010 com 19% e 29% das obras de saneamento e habitação, respectivamente, incompletas. O secretário Pezão confirmou que as obras devem ser concluídas em 2010.
ESTAÇÕES
No canteiro das obras de elevação da linha férrea que separa comunidades de Manguinhos, o que se vê é só uma grande escavação no local que virará uma área verde de lazer e um terminal de integração ônibus-trem. No Morro do Adeus, chama a atenção a rapidez com que foram removidas dezenas de barracos para a construção da primeira estação do teleférico que ligará seis pontos do Alemão à estação de trem de Bonsucesso. Uma grande via aberta na encosta, que recebe paisagismo, é a pista para um frenético sobe e desce de caminhões e operários que trabalham na estaca matriz da estação.
A fundação de uma segunda, no Morro da Baiana, também está em curso, mas o traçado do futuro meio de transporte alternativo, com suas seis estações e 47 pontos de sustentação dos cabos, ainda está longe da paisagem da megafavela. Mesmo assim, Pezão arrisca. Ele espera pelo menos três estações funcionando em maio.
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