DEU NA FOLHA DE S. PAULO
O proprietário da TV Globovisión, única emissora de sinal aberto crítica ao governo da Venezuela, foi detido após responsabilizar o presidente Hugo Chávez pelo suposto cerceamento da liberdade de expressão no país. Guillermo Zuloaga, 67, foi preso quando se preparava para voar para território das Antilhas Holandesas,próximo do litoral venezuelano
Venezuela detém dono de TV crítica a Chávez
Guillermo Zuloaga, proprietário da Globovisión, é impedido de deixar país por "vilipendiar" presidente em evento de imprensa
Em audiência, juiz decide soltar empresário e reforça proibição de viagem; TV é a única de sinal aberto a fazer linha crítica ao governo
O proprietário da TV Globovisión, única emissora de sinal aberto crítica ao governo da Venezuela, foi detido após responsabilizar o presidente Hugo Chávez pelo suposto cerceamento da liberdade de expressão no país. Guillermo Zuloaga, 67, foi preso quando se preparava para voar para território das Antilhas Holandesas,próximo do litoral venezuelano
Venezuela detém dono de TV crítica a Chávez
Guillermo Zuloaga, proprietário da Globovisión, é impedido de deixar país por "vilipendiar" presidente em evento de imprensa
Em audiência, juiz decide soltar empresário e reforça proibição de viagem; TV é a única de sinal aberto a fazer linha crítica ao governo
Da Redação
O proprietário da emissora Globovisión, crítica ao governo da Venezuela, foi detido ontem após criticar o presidente Hugo Chávez devido ao suposto cerceamento da liberdade de expressão em um evento da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) no fim de semana. Ele foi solto à noite.
Guillermo Zuloaga foi detido por agentes da Inteligência militar do país em um aeroporto no Estado de Falcón (noroeste) quando se preparava para voar, em avião particular, para a ilha de Bonaire -território holandês perto da Venezuela.O Ministério Público alegou temor de que Zuloaga saísse do país para pedir à Justiça a sua prisão, com base em denúncia de um deputado governista que o acusou de "vilipendiar" o presidente venezuelano no evento da SIP, que ocorreu em Aruba.
No encontro, o dono da Globovisión disse que "não se pode falar de liberdade de expressão em um país quando o governo usa a força para calar a mídia", segundo um relato da imprensa oficial. "O presidente Chávez venceu as eleições e tem legitimidade em sua origem, mas tem se focado em ser o presidente de um grupo de venezuelanos e tentado dividir o país."
Segundo a procuradora-geral Luisa Ortega, "[deputados] consideraram que as declarações num fórum internacional contra o presidente da República foram ofensivas e desrespeitosas com o chefe de Estado".
"Eu não tinha intenção de deixar a Venezuela. Eu estava indo para Bonaire para a Semana Santa", disse Zuloaga após sua detenção, no aeroporto em Falcón, à sua própria emissora.
O empresário foi levado a Caracas e interrogado por mais de duas horas, sob risco de ser indiciado por delito que acarreta até cinco anos de prisão. O juiz decidiu colocá-lo em liberdade, mas emitiu nova medida cautelar que o proíbe de sair do país.
Em julho do ano passado, a Justiça venezuelana já proibira Zuloaga, 67, de deixar o país, sob acusações de fraude, e ordenara que ele se apresentasse aos tribunais a cada oito dias. A residência do empresário ainda foi alvo de buscas pela polícia.
O atrito entre Zuloaga e o governo tem origem na linha acidamente crítica ao presidente venezuelano. Em 2002, a Globovisión apoiou fracassado golpe contra Chávez, e, no começo deste ano, a saída do diretor-geral da TV gerou especulações sobre suposta decisão da emissora de atenuar sua oposição.
Dias depois, Alberto Ravell afirmou que havia sido forçado a deixar o cargo devido a pressões do governo. A emissora, a única de sinal aberto que mantém oposição a Chávez, no entanto, negou e disse que seguiria empregando linha crítica.
Repressão
A prisão do empresário ocorre apenas três dias depois da detenção do ex-governador do Estado de Zulia, Oswaldo Álvarez Paz, que afirmara em entrevista à Globovisión no começo deste mês que a Venezuela havia se transformado em um paraíso para o tráfico de drogas.
No mês passado, o governo rejeitou a volta ao ar da TV por assinatura RCTV, que manifestara disposição em se ajustar às novas normas baixadas por Caracas que haviam motivado sua saída do ar em dezembro. O sinal aberto da TV, também crítica ao presidente Chávez, não havia sido renovado em 2007.
As medidas alimentam suspeitas de um aumento no cerco a dissidentes e à imprensa em momento que o país passa por séria crise energética, que debilita a popularidade de Chávez.
O proprietário da emissora Globovisión, crítica ao governo da Venezuela, foi detido ontem após criticar o presidente Hugo Chávez devido ao suposto cerceamento da liberdade de expressão em um evento da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) no fim de semana. Ele foi solto à noite.
Guillermo Zuloaga foi detido por agentes da Inteligência militar do país em um aeroporto no Estado de Falcón (noroeste) quando se preparava para voar, em avião particular, para a ilha de Bonaire -território holandês perto da Venezuela.O Ministério Público alegou temor de que Zuloaga saísse do país para pedir à Justiça a sua prisão, com base em denúncia de um deputado governista que o acusou de "vilipendiar" o presidente venezuelano no evento da SIP, que ocorreu em Aruba.
No encontro, o dono da Globovisión disse que "não se pode falar de liberdade de expressão em um país quando o governo usa a força para calar a mídia", segundo um relato da imprensa oficial. "O presidente Chávez venceu as eleições e tem legitimidade em sua origem, mas tem se focado em ser o presidente de um grupo de venezuelanos e tentado dividir o país."
Segundo a procuradora-geral Luisa Ortega, "[deputados] consideraram que as declarações num fórum internacional contra o presidente da República foram ofensivas e desrespeitosas com o chefe de Estado".
"Eu não tinha intenção de deixar a Venezuela. Eu estava indo para Bonaire para a Semana Santa", disse Zuloaga após sua detenção, no aeroporto em Falcón, à sua própria emissora.
O empresário foi levado a Caracas e interrogado por mais de duas horas, sob risco de ser indiciado por delito que acarreta até cinco anos de prisão. O juiz decidiu colocá-lo em liberdade, mas emitiu nova medida cautelar que o proíbe de sair do país.
Em julho do ano passado, a Justiça venezuelana já proibira Zuloaga, 67, de deixar o país, sob acusações de fraude, e ordenara que ele se apresentasse aos tribunais a cada oito dias. A residência do empresário ainda foi alvo de buscas pela polícia.
O atrito entre Zuloaga e o governo tem origem na linha acidamente crítica ao presidente venezuelano. Em 2002, a Globovisión apoiou fracassado golpe contra Chávez, e, no começo deste ano, a saída do diretor-geral da TV gerou especulações sobre suposta decisão da emissora de atenuar sua oposição.
Dias depois, Alberto Ravell afirmou que havia sido forçado a deixar o cargo devido a pressões do governo. A emissora, a única de sinal aberto que mantém oposição a Chávez, no entanto, negou e disse que seguiria empregando linha crítica.
Repressão
A prisão do empresário ocorre apenas três dias depois da detenção do ex-governador do Estado de Zulia, Oswaldo Álvarez Paz, que afirmara em entrevista à Globovisión no começo deste mês que a Venezuela havia se transformado em um paraíso para o tráfico de drogas.
No mês passado, o governo rejeitou a volta ao ar da TV por assinatura RCTV, que manifestara disposição em se ajustar às novas normas baixadas por Caracas que haviam motivado sua saída do ar em dezembro. O sinal aberto da TV, também crítica ao presidente Chávez, não havia sido renovado em 2007.
As medidas alimentam suspeitas de um aumento no cerco a dissidentes e à imprensa em momento que o país passa por séria crise energética, que debilita a popularidade de Chávez.
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