DEU EM O GLOBO
O governo bateu o martelo sobre a capitalização da Petrobras: será feita em 30 de setembro, a dois dias das eleições. Os recursos permitirão à estatal reduzir seu endividamento e investir. Diante de indefinições, a Petrobras vinha perdendo valor de mercado e deixou de ser a principal ação do Ibovespa. O presidente da empresa admitiu problemas na conservação das plataformas.
Capitalização da estatal será em 30 de setembro
Definição do preço do barril da cessão onerosa sairá no dia 31 deste mês. Gabrielli nega problema de caixa
Mônica Tavares, Ramona Ordoñez e Bruno Villas Bôas
BRASÍLIA e RIO. A definição do preço dos até cinco bilhões de barris de petróleo do pré-sal da Bacia de Santos que a União cederá, mediante pagamento, à Petrobras deverá ser conhecida até o dia 31 deste mês. Isso permitirá a formatação final da capitalização da Petrobras, que foi marcada para 30 de setembro, informou o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann. A data é dois dias antes das eleições. O cronograma foi fechado em reuniões conduzidas ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Participaram também os ministros da Casa Civil, Erenice Guerra, e da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Segundo Zimmermann, na quintafeira a certificadora internacional Gaffney, Cline & Associates entregará à direção da Agência Nacional do Petróleo (ANP) seu trabalho de avaliação.
A empresa foi contratada pelo órgão regulador, que cuidou dos interesses da União. A certificadora DeGolyer & MacNaughton, contratada pela Petrobras, também avalia as reservas.
A partir de então e durante ao menos quatro dias serão discutidos os estudos das empresas, que informarão a cotação final do barril de petróleo das reservas cedidas, que será fixada pela ANP, à qual caberá também a formatação do contrato de cessão.
Quanto ao preço que será fixado, o ministro disse que é necessário aguardar o estudo. Mas acredita que para águas profundas o valor pode ser entre US$ 5 e US$ 10 o barril, valores dentro do previsto por analistas do mercado.
Zimmermann reconheceu que é um cronograma apertado, mas disse que o governo está comprometido.
Inicialmente, a Petrobras anunciou que faria a capitalização até o fim de julho. Porém, a ANP não contratou a certificadora para avaliar as reservas em tempo hábil. A estatal tentou que o governo fechasse o preço do barril com os dados da DeGolyer & MacNaughton, o que foi vetado pelo Palácio do Planalto. O governo, então, dispensou a ANP de fazer licitação para a contratação, acelerando o processo.
Gabrielli: Petrobras vai cumprir programa de investimentos Em 22 de junho, a Petrobras anunciou o adiamento da capitalização para setembro para aguardar o estudo contratado pela ANP. No mesmo dia, foi aprovado por assembleia o valor limite do aumento de capital, de até R$150 bilhões R$ 60 bilhões em ações preferenciais (PN, sem direito a voto) e R$ 90 bilhões em ordinárias (ON, com direito a voto).
O valor final da capitalização dependerá da cessão onerosa, sistema pelo qual o governo federal cederá à Petrobras o direito de explorar cinco bilhões de barris de petróleo em áreas do pré-sal ainda não concedidas. Em pagamento, o governo receberá de volta os títulos públicos que emitir para comprar ações da Petrobras. Portanto, as operações são casadas, para que a União calibre sua participação no aumento de capital sem desembolsar dinheiro e mantenha sua fatia na Petrobras inalterada.
Antes da reunião em Brasília, Gabrielli garantiu, no Rio, que a Petrobras tem capacidade financeira para cumprir seu programa de investimentos do ano, de R$ 88,6 bilhões, sem depender da capitalização. Segundo ele, a capitalização é para garantir a saúde financeira de longo prazo da empresa, que tem R$ 24 bilhões em caixa.
A Petrobras não tem problemas de caixa, precisa melhorar sua estrutura de capital, que é um indicador de longo prazo afirmou.
Na sexta-feira, ao divulgar o balanço do primeiro semestre, a Petrobras revelou que seu nível de endividamento representa 34% de seu patrimônio.
Analistas manifestaram preocupação com o endividamento. Pedro Galdi, da SLW Corretora, disse que o endividamento de R$ 94,2 bilhões no segundo trimestre aproxima-se cada vez mais do limite aceitável pelas agências de classificação de risco, de 35%: Se o endividamento superar 35%, a Petrobras poderá ter sua avaliação de risco rebaixada, o que provocaria uma forte queda nas ações.
As ações PN da Petrobras tiveram queda de 0,18% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem. Os papéis ON recuaram 0,22%.
Estudo da Organização Nacional da Indústria do Petróleo prevê que o setor offshore gere até 2 milhões de empregos na próxima década para responder a US$ 400 bilhões em investimentos.
No entanto, se a indústria nacional não se capacitar, esse número pode cair para 400 mil postos.
O governo bateu o martelo sobre a capitalização da Petrobras: será feita em 30 de setembro, a dois dias das eleições. Os recursos permitirão à estatal reduzir seu endividamento e investir. Diante de indefinições, a Petrobras vinha perdendo valor de mercado e deixou de ser a principal ação do Ibovespa. O presidente da empresa admitiu problemas na conservação das plataformas.
Capitalização da estatal será em 30 de setembro
Definição do preço do barril da cessão onerosa sairá no dia 31 deste mês. Gabrielli nega problema de caixa
Mônica Tavares, Ramona Ordoñez e Bruno Villas Bôas
BRASÍLIA e RIO. A definição do preço dos até cinco bilhões de barris de petróleo do pré-sal da Bacia de Santos que a União cederá, mediante pagamento, à Petrobras deverá ser conhecida até o dia 31 deste mês. Isso permitirá a formatação final da capitalização da Petrobras, que foi marcada para 30 de setembro, informou o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann. A data é dois dias antes das eleições. O cronograma foi fechado em reuniões conduzidas ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Participaram também os ministros da Casa Civil, Erenice Guerra, e da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Segundo Zimmermann, na quintafeira a certificadora internacional Gaffney, Cline & Associates entregará à direção da Agência Nacional do Petróleo (ANP) seu trabalho de avaliação.
A empresa foi contratada pelo órgão regulador, que cuidou dos interesses da União. A certificadora DeGolyer & MacNaughton, contratada pela Petrobras, também avalia as reservas.
A partir de então e durante ao menos quatro dias serão discutidos os estudos das empresas, que informarão a cotação final do barril de petróleo das reservas cedidas, que será fixada pela ANP, à qual caberá também a formatação do contrato de cessão.
Quanto ao preço que será fixado, o ministro disse que é necessário aguardar o estudo. Mas acredita que para águas profundas o valor pode ser entre US$ 5 e US$ 10 o barril, valores dentro do previsto por analistas do mercado.
Zimmermann reconheceu que é um cronograma apertado, mas disse que o governo está comprometido.
Inicialmente, a Petrobras anunciou que faria a capitalização até o fim de julho. Porém, a ANP não contratou a certificadora para avaliar as reservas em tempo hábil. A estatal tentou que o governo fechasse o preço do barril com os dados da DeGolyer & MacNaughton, o que foi vetado pelo Palácio do Planalto. O governo, então, dispensou a ANP de fazer licitação para a contratação, acelerando o processo.
Gabrielli: Petrobras vai cumprir programa de investimentos Em 22 de junho, a Petrobras anunciou o adiamento da capitalização para setembro para aguardar o estudo contratado pela ANP. No mesmo dia, foi aprovado por assembleia o valor limite do aumento de capital, de até R$150 bilhões R$ 60 bilhões em ações preferenciais (PN, sem direito a voto) e R$ 90 bilhões em ordinárias (ON, com direito a voto).
O valor final da capitalização dependerá da cessão onerosa, sistema pelo qual o governo federal cederá à Petrobras o direito de explorar cinco bilhões de barris de petróleo em áreas do pré-sal ainda não concedidas. Em pagamento, o governo receberá de volta os títulos públicos que emitir para comprar ações da Petrobras. Portanto, as operações são casadas, para que a União calibre sua participação no aumento de capital sem desembolsar dinheiro e mantenha sua fatia na Petrobras inalterada.
Antes da reunião em Brasília, Gabrielli garantiu, no Rio, que a Petrobras tem capacidade financeira para cumprir seu programa de investimentos do ano, de R$ 88,6 bilhões, sem depender da capitalização. Segundo ele, a capitalização é para garantir a saúde financeira de longo prazo da empresa, que tem R$ 24 bilhões em caixa.
A Petrobras não tem problemas de caixa, precisa melhorar sua estrutura de capital, que é um indicador de longo prazo afirmou.
Na sexta-feira, ao divulgar o balanço do primeiro semestre, a Petrobras revelou que seu nível de endividamento representa 34% de seu patrimônio.
Analistas manifestaram preocupação com o endividamento. Pedro Galdi, da SLW Corretora, disse que o endividamento de R$ 94,2 bilhões no segundo trimestre aproxima-se cada vez mais do limite aceitável pelas agências de classificação de risco, de 35%: Se o endividamento superar 35%, a Petrobras poderá ter sua avaliação de risco rebaixada, o que provocaria uma forte queda nas ações.
As ações PN da Petrobras tiveram queda de 0,18% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem. Os papéis ON recuaram 0,22%.
Estudo da Organização Nacional da Indústria do Petróleo prevê que o setor offshore gere até 2 milhões de empregos na próxima década para responder a US$ 400 bilhões em investimentos.
No entanto, se a indústria nacional não se capacitar, esse número pode cair para 400 mil postos.
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