DEU EM O GLOBO
Revista vê banco como agente do Estado no setor produtivo
BNDES sofreu o escrutínio da revista Economist que chegou às bancas britânicas ontem. A reportagem de capa, chamada Leviatã S.A., analisa o ressurgimento da mão do Estado no setor produtivo, para assegurar o crescimento da economia e a criação de empregos. Segundo a Economist, isso ocorre tanto em países ricos o governo americano, por exemplo, tem hoje uma fatia da General Motors quanto nos emergentes Brasil, Índia e China.
No Brasil, o BNDES representaria essa mão do Estado.
A Economist cita o empresário Eike Batista, para quem o BNDES é o melhor banco do mundo, e o expresidente da instituição Luiz Carlos Mendonça de Barros, que a chama de ovo da serpente, referência ao filme de Ingmar Bergman sobre as origens do nazismo.
O BNDES, diz a Economist, está envolvido na campanha das eleições presidenciais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já comandou o banco, e seu atual presidente, Luciano Coutinho, é visto como sucessor de Mantega se Dilma Rousseff for eleita, afirma a revista.
Outra crítica diz respeito ao crescimento excessivo do BNDES. Este ano, deve financiar 40% do investimento total do Brasil em indústria e infraestrutura, o dobro do período 2004-2006. Depois, dizem os críticos, seus empréstimos são subsidiados e seus balanços, obscuros, afirma a Economist. Outra crítica é o BNDES emprestar para grandes empresas, como Petrobras, JBS e Marfrig.
O diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, rebate afirmando que os empréstimos para JBS e Marfrig foram decisões comerciais. Ele explica que os subsídios são inferiores a US$ 6 bilhões anuais e que não elevam a dívida pública líquida.
Mas, afirma a Economist, há críticas mais difíceis de rebater. O BNDES parece ter expandido demais seu crédito. Mesmo com a recuperação da economia este ano, seus empréstimos continuaram a subir. Além disso, ele está prejudicando o desenvolvimento do setor financeiro.
Os bancos comerciais precisam entrar no empréstimo corporativo de longo prazo. Mas enquanto Petrobras, Vale e JBS tiverem crédito subsidiado do BNDES, por que entrariam?, argumenta a revista. Algumas das críticas do BNDES são questionáveis. Mas o banco está crescendo rápido demais. E precisa de maior transparência e muito mais concorrência.
Revista vê banco como agente do Estado no setor produtivo
BNDES sofreu o escrutínio da revista Economist que chegou às bancas britânicas ontem. A reportagem de capa, chamada Leviatã S.A., analisa o ressurgimento da mão do Estado no setor produtivo, para assegurar o crescimento da economia e a criação de empregos. Segundo a Economist, isso ocorre tanto em países ricos o governo americano, por exemplo, tem hoje uma fatia da General Motors quanto nos emergentes Brasil, Índia e China.
No Brasil, o BNDES representaria essa mão do Estado.
A Economist cita o empresário Eike Batista, para quem o BNDES é o melhor banco do mundo, e o expresidente da instituição Luiz Carlos Mendonça de Barros, que a chama de ovo da serpente, referência ao filme de Ingmar Bergman sobre as origens do nazismo.
O BNDES, diz a Economist, está envolvido na campanha das eleições presidenciais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já comandou o banco, e seu atual presidente, Luciano Coutinho, é visto como sucessor de Mantega se Dilma Rousseff for eleita, afirma a revista.
Outra crítica diz respeito ao crescimento excessivo do BNDES. Este ano, deve financiar 40% do investimento total do Brasil em indústria e infraestrutura, o dobro do período 2004-2006. Depois, dizem os críticos, seus empréstimos são subsidiados e seus balanços, obscuros, afirma a Economist. Outra crítica é o BNDES emprestar para grandes empresas, como Petrobras, JBS e Marfrig.
O diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, rebate afirmando que os empréstimos para JBS e Marfrig foram decisões comerciais. Ele explica que os subsídios são inferiores a US$ 6 bilhões anuais e que não elevam a dívida pública líquida.
Mas, afirma a Economist, há críticas mais difíceis de rebater. O BNDES parece ter expandido demais seu crédito. Mesmo com a recuperação da economia este ano, seus empréstimos continuaram a subir. Além disso, ele está prejudicando o desenvolvimento do setor financeiro.
Os bancos comerciais precisam entrar no empréstimo corporativo de longo prazo. Mas enquanto Petrobras, Vale e JBS tiverem crédito subsidiado do BNDES, por que entrariam?, argumenta a revista. Algumas das críticas do BNDES são questionáveis. Mas o banco está crescendo rápido demais. E precisa de maior transparência e muito mais concorrência.
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