DEU EM O GLOBO
Senadores governistas faltaram à sessão na CCJ para que oposição não conseguisse aprovar convocação
Isabel Braga
BRASÍLIA. O governo determinou aos senadores de sua base que não comparecessem à sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Casa ontem.
A medida drástica foi determinada para evitar qualquer tipo de risco na aprovação, na véspera da campanha de segundo turno, do convite à candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, e à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, para darem explicações sobre denúncias de suposto lobby na pasta.
A atitude irritou o presidente da Comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Ele alegou que deu sua palavra aos governistas de que não iria colocar os requerimentos em votação.
Governo não deixou que a comissão trabalhasse Para Demóstenes, a manobra do governo foi ruim porque impediu a CCJ de votar os outros 82 projetos que estão pendentes de apreciação na comissão, e demonstrou falta de confiança em suas atitudes.
Segundo ele, o governo mandou um recado avisando que seus senadores não compareceriam ao encontro.
Eu sou de palavra. O que eu acerto, eu cumpro. Mas durante o processo político, as pessoas começam a duvidar de tudo. O governo não deixou que a Comissão de Justiça trabalhasse hoje. Temos 82 projetos, a casa está cheia. Depois das eleições vamos votar, e aprovar ou rejeitar.
É convite, elas nem são mais autoridades, podem re-cusar disse Demóstenes.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) admitiu que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que vai deixar o cargo para participar da campanha de Dilma, orientou os senadores da base a não comparecer à reunião da CCJ.
Suplicy afirmou, no entanto, que a estratégia precisaria ter sido melhor discutida com os senadores da base.
Houve, da parte do Ministério (das Relações Institucionais), do Padilha, a orientação para que não houvesse presença hoje. Mas isso precisa ser objeto de diálogo entre Padilha e os senadores. É preciso que o governo tenha postura de dizer que é legítimo os senadores terem direito às informações sobre qualquer problema.
Nós, do PT, sempre tivemos postura de apurar tudo. Não vejo por que razão a Erenice não pudesse vir aqui e esclarecer o que aconteceu, se erros foram cometidos, que levaram Lula a afastá-la, e que os erros sejam aqui esclarecido.
O senador Álvaro Dias (PSDBPR) também criticou a estratégia do governo. Segundo ele, a bancada governista poderia ter usado sua maioria para rejeitar os requerimentos. Dias acredita que o governo quis evitar um desgaste de rejeitar a convocação de Dilma e Erenice para prestar esclarecimento sobre as denúncias: É evidente que há um receio do governo com relação ao desgaste eleitoral inevitável.
Não há o desejo de aprofundar investigações, para que não se revele fatos que podem comprometer ainda mais a imagem do governo.
Senadores governistas faltaram à sessão na CCJ para que oposição não conseguisse aprovar convocação
Isabel Braga
BRASÍLIA. O governo determinou aos senadores de sua base que não comparecessem à sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Casa ontem.
A medida drástica foi determinada para evitar qualquer tipo de risco na aprovação, na véspera da campanha de segundo turno, do convite à candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, e à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, para darem explicações sobre denúncias de suposto lobby na pasta.
A atitude irritou o presidente da Comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Ele alegou que deu sua palavra aos governistas de que não iria colocar os requerimentos em votação.
Governo não deixou que a comissão trabalhasse Para Demóstenes, a manobra do governo foi ruim porque impediu a CCJ de votar os outros 82 projetos que estão pendentes de apreciação na comissão, e demonstrou falta de confiança em suas atitudes.
Segundo ele, o governo mandou um recado avisando que seus senadores não compareceriam ao encontro.
Eu sou de palavra. O que eu acerto, eu cumpro. Mas durante o processo político, as pessoas começam a duvidar de tudo. O governo não deixou que a Comissão de Justiça trabalhasse hoje. Temos 82 projetos, a casa está cheia. Depois das eleições vamos votar, e aprovar ou rejeitar.
É convite, elas nem são mais autoridades, podem re-cusar disse Demóstenes.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) admitiu que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que vai deixar o cargo para participar da campanha de Dilma, orientou os senadores da base a não comparecer à reunião da CCJ.
Suplicy afirmou, no entanto, que a estratégia precisaria ter sido melhor discutida com os senadores da base.
Houve, da parte do Ministério (das Relações Institucionais), do Padilha, a orientação para que não houvesse presença hoje. Mas isso precisa ser objeto de diálogo entre Padilha e os senadores. É preciso que o governo tenha postura de dizer que é legítimo os senadores terem direito às informações sobre qualquer problema.
Nós, do PT, sempre tivemos postura de apurar tudo. Não vejo por que razão a Erenice não pudesse vir aqui e esclarecer o que aconteceu, se erros foram cometidos, que levaram Lula a afastá-la, e que os erros sejam aqui esclarecido.
O senador Álvaro Dias (PSDBPR) também criticou a estratégia do governo. Segundo ele, a bancada governista poderia ter usado sua maioria para rejeitar os requerimentos. Dias acredita que o governo quis evitar um desgaste de rejeitar a convocação de Dilma e Erenice para prestar esclarecimento sobre as denúncias: É evidente que há um receio do governo com relação ao desgaste eleitoral inevitável.
Não há o desejo de aprofundar investigações, para que não se revele fatos que podem comprometer ainda mais a imagem do governo.
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