Piloto de helicóptero atuou como doleiro na década de 90
Cabral viajou para Bahia em jato de Eike Batista
Marcelo Mattoso de Almeida, que pilotava o helicóptero que caiu em Trancoso, na Bahia, atuou como doleiro no Rio de Janeiro nos anos 90. Nessa época, após fazer fortuna, Mattoso foi obrigado a se mudar para Miami, nos Estados Unidos. Ele alugou uma supermansão do tenista tcheco Ivan Lendl.
Ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil abriu processo administrativo para apurar as possíveis irregularidades referentes ao acidente com o helicóptero, matrícula PR-OMO, que pertence à empresa First Class Group e era administrada por Mattoso. O piloto — cujo corpo foi encontrado ontem na Bahia — estava com sua habilitação vencida desde 2005, além de não possuir certificado de capacidade física válido.
Ligações com empreiteiros
Enquanto as autoridades aeronáuticas apuram as responsabilidades sobre o acidente, o Governo do Estado do Rio quebrou o silêncio e informou que o governador Sérgio Cabral viajou para o Sul da Bahia num jatinho do empresário Eike Batista, em companhia de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções.
A empresa é uma das maiores prestadoras de serviço do estado e recebeu, desde 2007, contratos que chegam a R$ 1 bilhão. Além disso, também foi informado que Cabral se dirigia com o grupo para o aniversário de Cavendish num resort, onde ficaria hospedado, mas o acidente com a aeronave interrompeu os planos. Ontem, o governador se licenciou do cargo até domingo, alegando razões particulares.
Os deputados estaduais de oposição, no entanto, pretendem cobrar explicações do governador.
— Após este momento de dor, vou querer explicações. Nunca é bom para a imagem de um governador aparecer numa festa de empreiteiros — disse Marcelo Freixo (PSOL).
’Números falam por si’
Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) também ressalta as cifras obtidas pela Delta:
— Os números falam por si. O faturamento da Delta no estado é crescente e nítido.
Clarissa Matheus (PR) é outra que cobra justificativas:
— Fiz um requerimento há dois meses sobre as viagens dele e os prefixos das aeronaves usadas. A Alerj não o publicou e fui à Justiça para que me respondam.
Primeiro-secretário da Alerj, Wagner Montes (PDT) também se junta ao grupo que cobra os motivos da viagem.
— Vamos respeitar a dor dele. Mas acho, sim, que ele precisa se explicar.
FONTE: JORNAL EXTRA
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