Aumento de 2,2% de abril para maio foi puxado por emissões de papéis
Cristiane Bonfanti
BRASÍLIA. A dívida pública federal voltou a crescer e fechou o mês de maio em R$ 1,92 trilhão. O resultado corresponde a um aumento de 2,2% em relação a abril, quando o endividamento em títulos somava R$ 1,88 trilhão. A diferença de R$ 41,6 bilhões, segundo o Tesouro, resulta do aumento das emissões de papéis no período, bem acima dos pagamentos, e das despesas com juros, que chegaram a R$ 18,4 bilhões.
Os dados divulgados ontem pela Secretaria do Tesouro mostram um aumento de 2,1% na dívida interna em maio, de R$ 1,79 trilhão para R$ 1,83 trilhão. A dívida externa, por sua vez, avançou 3,7%, de R$ 85,3 bilhões para R$ 88,9 bilhões. A expectativa do governo é que, no fechamento do ano, a dívida pública cresça entre R$ 83,6 bilhões e R$ 183,6 bilhões, alcançando um patamar entre R$ 1,95 trilhão e R$ 2,05 trilhões. No ano passado, a dívida subiu 10%, para R$ 1,86 trilhão.
O coordenador-geral de Operações da Dívida, Fernando Garrido, considerou que, apesar da crise econômica internacional, o perfil da dívida melhorou. Em maio, a participação dos papéis prefixados, com correção determinada no momento do leilão, subiu de 37,59% para 38,13%. No que diz respeito aos papéis indexados a índices de preços, houve uma redução de 31,99% para 31,62%. Já a participação dos papéis ligados à Selic, a taxa básica de juros, caiu de 26,12% para 25,77%. Com relação ao câmbio, a participação dos títulos passou de 4,3% para 4,47%.
- A dívida pública tem custos mais baixos, prazos mais longos e melhor composição. Há menos títulos corrigidos por taxas flutuantes e mais títulos prefixados e corrigidos por índices de preços.
Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria, criticou o fato de o governo apresentar resultados negativos a cada mês. Mas concordou que houve avanço no perfil da dívida do país:
- O aumento de prefixados é um movimento contínuo e se traduz na redução do custo médio e no alongamento da dívida.
O Tesouro Direto, programa de compra de títulos da dívida pública por pessoas físicas, ganhou 4,5 mil investidores em maio. O total de cadastrados chegou a 300,8 mil, uma alta de 24,3% nos últimos 12 meses. Na avaliação de Garrido, o crescimento reflete uma procura por ações mais rentáveis que a poupança, que teve suas regras modificadas no mês passado.
- No ambiente de queda das taxas de juros, observamos uma migração das aplicações, uma busca por opções mais rentáveis e também seguras.
FONTE: O GLOBO
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