• Antes contrário ao impeachment, Telmário Mota (PDT) se diz ‘neutro’
Simone Iglesias, Júnia Gama, Isabel Braga e Renan Xavier* - O Globo
-BRASÍLIA- Seguro de que Dilma Rousseff será afastada definitivamente do cargo, o Palácio do Planalto quer ampliar ao máximo o placar contra a petista. Além dos 59 votos obtidos na fase da pronúncia, quando Dilma se tornou ré, ministros trabalham para virar ainda três votos e para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), não se abstenha.
Ontem, em meio à ofensiva governista, o senador Telmário Mota (PDT-RR), que sempre militou contra o impeachment, disse ao GLOBO que pode mudar de opinião.
— Eu estive com o Temer há alguns dias, mas para tratar de assuntos específicos de Roraima. Hoje, eu, que era 100% Dilma, estou neutro. Terça-feira em diante eu decido como voto — afirmou Telmário.
Além dele, ministros investem nos senadores Elmano Ferrer (PTB-PI) e Otto Alencar (PSDBA). Se a operação der certo, o impeachment poderá ser aprovado com 63 votos, nove a mais que os 54 necessários para afastar Dilma definitivamente.
A pressão de Temer sobre Renan teve pouco efeito até o momento. O presidente do Senado vinha dizendo que iria se abster, mas passou a admitir a possibilidade de que poderá se posicionar. No entanto, vem sendo aconselhado por aliados a manter a posição de neutralidade.
— Ele só deverá votar se isso for decisivo, mas já sabemos que, pelas contas de todos, já há votos suficientes para o impeachment. Para que perder o discurso de magistrado que ele manteve durante todo o processo? — disse um aliado.
O senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Dilma, mantém mistério sobre sua posição, apesar de ter votado a favor do prosseguimento do processo contra a petista na etapa anterior ao julgamento final. Afirmou que não se sente constrangido com a defesa pessoal que a petista fará na próxima segunda:
— Não me constrange. Vai ser uma fala técnica, não vai?
(* Estagiário sob supervisão de Paulo Celso Pereira)
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