Italo Nogueira – Folha de S. Paulo
RIO - A TV Bandeirantes no Rio aparece como responsável por quase metade do faturamento da empresa aberta por Sérgio Cabral (PMDB) após sair do governo.
O Ministério Público Federal do Rio suspeita que a Objetiva Gestão e Comunicação Estratégica, do peemedebista, tenha sido usada para lavar dinheiro de propina. A procuradoria, contudo, não investiga a emissora de TV.
De acordo com relatório da Receita Federal, a Objetiva emitiu notas fiscais de serviço para apenas dois clientes desde fevereiro de 2015, quando foi criada.
A TV Bandeirantes repassou R$ 638.993 em 2016. Segundo nota da emissora, foram "pagamentos referentes a contrato de consultoria na área comercial e de análise conjuntural".
"Trata-se de um contrato regular –e em vigor– com término previsto para dezembro", diz a nota.
A outra cliente de Cabral era a Creações Opção, que transferiu R$ 780 mil, segundo a Receita, para a Objetiva.
O contrato de prestação de serviço entre as empresas foi fornecido por Branislav Kontic, assessor do ex-ministro Antônio Palocci —ambos são réus na operação Lava Jato.
O contrato tem como objeto "assessoramento estratégico e de marketing, para aprimoramento do gerenciamento empresarial".
Entre as responsabilidades da empresa de Cabral estão "análise de conjuntura e gestão estratégia", "avaliar a situação empresarial" e "estabelecer projetos estratégicos e de marketing, de forma a gerar maior competitividade empresarial" à contratante.
Para o MPF, o contrato entre Objetiva e Creações "tem conteúdo genérico e não apresenta deveres objetivos da contratada, utilizando termos vagos e imprecisos, o que configura indício de constituir-se em contrato de fachada utilizado para ocultar eventual origem ilícita dos proveitos disfarçados de pagamentos por serviços".
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