Grupo indica que pode obstruir votação da PEC da Previdência caso tucano seja nomeado
Igor Gadelha - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Deputados do Centrão intensificaram ontem a tentativa de minar o ingresso do PSDB no chamado núcleo duro do governo e enfraquecer a articulação pela reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O grupo informal ameaça obstruir a votação da reforma da Previdência para pressionar o Planalto.
Nesta terça-feira, 13, líderes do grupo anunciaram que obstruiriam a votação da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevista para esta quarta, 14. “Se a gente não obstruir, o Temer vai entregar o governo para o PSDB”, afirmou o deputado Paulinho da Força (SD-SP).
A estratégia seria não comparecer durante a análise da PEC na CCJ, na Câmara. Pelas contas de Paulinho, o Centrão – grupo que congrega 13 partidos liderado por PP, PSD, PTB e SD –, aliado ao PSB (que é contra votar a admissibilidade neste ano) e à oposição, tem 40 dos 66 integrantes da comissão. Com esse número, eles conseguiriam fazer com que a sessão não fosse realizada, uma vez que, para abrir os trabalhos, pelo menos 34 deputados devem registrar presença.
O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), também anunciou que orientaria sua bancada a não registrar presença, provocando o adiamento da votação da admissibilidade para 2017. “Para que votar um tema polêmico desses agora no fim do ano, às pressas? A sociedade quer discutir com calma”, afirmou Jovair.
A ameaça de rebelião levou o presidente Michel Temer a chamar o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), que também integra o bloco informal. Segundo o deputado do Solidariedade, Temer “jurou de pé junto” a Moura que não indicaria o líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), para a Secretaria de Governo antes da eleição para a presidência da Câmara, em 1.º fevereiro de 2017.
Recuo. A promessa levou líderes do Centrão a recuarem da ideia de obstruir a admissibilidade da PEC. No fim do dia, Jovair afirmou que apenas Paulinho, que é contra o mérito da proposta, defenderia a obstrução. “A política faz entendimentos rápidos”, justificou o líder do PTB, um dos candidatos do Centrão à presidência da Câmara. / Colaboraram Carla Araújo e Tânia Monteiro
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