Em carta de despedida, empresário chama o envolvimento com Carlinhos Cachoeira de "questões circunstanciais"
Empreiteira, que deve ter nome alterado, foi assumida pela holding J&F; novo presidente será Humberto Farias
SÃO PAULO, BRASÍLIA, RIO - Em mensagem de despedida aos funcionários, Fernando Cavendish disse que deixou o comando da Delta para evitar demissões.
"O fator que mais pesou na minha decisão de abrir mão do comando da empresa foi meu compromisso com a preservação do emprego de mais de 30 mil colaboradores."
Ele ainda disse na carta que "a Delta é maior do que todos nós individualmente".
Ontem, a empresa foi assumida pela J&F Participações, holding controladora de empresas como a JBS e a Vigor.
Cavendish deixou a empresa após ter seu nome ligado ao escândalo de Carlinhos Cachoeira.
"A Delta sempre foi um sonho para mim e para todos nós, e eu não posso permitir que esse sonho fosse prejudicado por questões circunstancias", afirmou Cavendish.
O empresário diz que sacrificou o sonho de liderar a corporação. "Faço única e exclusivamente por conhecer, mais do que ninguém, que o sonho de todos é muito maior do que qualquer um de nós de forma individual", disse.
Segundo ele, foi com "nó na garganta" que tomou a decisão. "Peço apenas que esta equipe guerreira continue a ser exemplo de determinação, de seriedade e de comprometimento", disse.
A J&F também indicou ontem o engenheiro Humberto Junqueira de Farias para a presidência da Delta, que deverá ter seu nome trocado.
Junqueira, atual presidente da usina de açúcar e álcool Renuka, trabalhou por 15 anos na Camargo Corrêa. Nela, ele foi presidente da divisão de cimentos e da Cavo, empresa de coleta de lixo e tratamento de resíduos.
BNDES
Em nota, a holding negou que o acordo tenha sofrido interferência do governo.
"A participação do BNDESPar na JBS não o torna acionista direta ou indiretamente de nenhuma empresa da holding, nem dá o direito de qualquer interferência política na J&F."
A nota diz que José Batista Junior não ocupa um cargo executivo no grupo há sete anos. "Suas declarações refletem única e exclusivamente uma opinião pessoal".
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que o banco vai "zelar" para que compra não traga "nenhum risco" para a instituição, sócia da JBS. A declaração foi uma resposta a pedido de abertura de investigação da Procuradoria.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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