Ricardo Flores, que sai do Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB, vai ocupar o comando da Brasilprev. A vaga foi aberta com a saída de Sérgio Rosa. As mudanças na cúpula do BB, da fundação e da seguradora têm como pano de fundo um acerto de Dilma para contemplar partidos da base aliada.
Flores, da Previ, deve assumir Brasilprev
Depois que deixar fundo previdenciário dos funcionários do Banco do Brasil, executivo é cotado para substituir Sérgio Rosa
Gabriela Valente
BRASÍLIA. - Com a demissão já decidida pela presidente Dilma Rousseff, o presidente da Previ (a Caixa de Previdência dos funcionários do Banco do Brasil), Ricardo Flores, poderá ser realocado na Brasilprev, empresa de seguros e previdência que tem como sócios o Banco do Brasil e a instituição americana Principal Financial Group. De acordo com fontes do governo, Flores poderá ocupar a cadeira do atual presidente da instituição, Sérgio Rosa, que deixará o cargo no fim do mês, segundo anunciou ontem. A companhia é uma das maiores empresas de previdência complementar aberta no Brasil, com mais de R$ 50 bilhões em ativos e 1,4 milhão de clientes.
Escolha de César Borges apazigua PR
Rosa alegou motivos pessoais para deixar o cargo. Ele já havia manifestado a amigos a vontade de trocar São Paulo pelo Rio para ficar perto da família. Na sua reunião de despedida, teria dito não conseguir lidar com o fato de ser pai e marido apenas dois dias por semana.
Rosa já esteve cotado para assumir a presidência do Banco do Brasil, tem ligações com o Partido dos Trabalhadores (PT). Além de ser considerado um petista histórico, é visto por colegas como um técnico de alto nível. É funcionário de carreira do BB e foi presidente da Previ. É um dos quadros da legenda com perfil para ocupar qualquer vaga na diretoria do banco, mas até o momento o futuro do dirigente é mantido em sigilo.
- Muito melhor do que o César Borges - disse uma fonte da instituição.
O nome do ex-governador da Bahia César Borges foi escolhido pelo PR para ocupar a vice-presidência para Assuntos de Governo do BB, que ficará vaga após a demissão de Ricardo Oliveira, já determinada pela presidente Dilma. Ela decidiu encerrar a disputa de poder entre ele e o presidente da Previ. E resolveu demitir os dois.
Com a mudança, Dilma resolverá também um problema político. Ao oferecer a vice-presidência do BB mais poderosa politicamente ao PR, a presidente quer encerrar o atrito com a legenda depois do desgaste da demissão do ex-ministro dos Transportes e atual senador Alfredo Nascimento, mantendo na pasta Paulo Sérgio Passos, que embora filiado ao PR, é considerado um quadro técnico e não tem apoio do partido. A reforma na diretoria do BB será mais abrangente, já que um dos vices sairá para comandar a Previ, quando Flores deixar o cargo.
O mais cotado é o vice-presidente de Finanças, Ivan Monteiro. Entretanto, há outros nomes analisados pela presidente. Um deles é Alexandre Abreu, o vice de Varejo, que cumpriu à risca a determinação de Dilma de reduzir os juros ao consumidor e ganhou pontos com o Palácio do Planalto. Outro possível, mas menos provável, é o executivo é o que cuida de crédito e risco, Danilo Angst.
Um outro vice-presidente, Robson Rocha, responsável por gestão de pessoas e desenvolvimento sustentável, tenta se articular para ser alçado ao posto de Flores, mas corre por fora na disputa e é visto como azarão. Ele é o único vice filiado a um partido. É do PT de Minas e ligado ao ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias e ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel.
FONTE: O GLOBO
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