Folha de S. Paulo
Sua estátua abandonada é imagem que vale
mais que mil palavras
O mundo se apavora diante do
recrudescimento da pandemia na Europa e do surgimento de outra variante do
vírus, identificada na África do Sul, país castigado pela escassez de vacinas,
como quase todo o continente. A
ômicron já se espalha pelo planeta, agravando temores e incertezas.
E o que faz Bolsonaro? Dá de ombros e diz que temos de "aprender a conviver com o vírus". É uma nova cepa do palavreado hostil de sempre, o "E daí? Quer que eu faça o quê?". Ele também menospreza medidas simples e eficazes de controle, como a exigência do passaporte da vacina para os viajantes. Estende o tapete vermelho para a peste.
É verdade que temos feito um esforço para
"conviver" com o vírus, mas não no sentido do mau conselho de
Bolsonaro, para quem tanto faz que ainda esteja caindo um Boeing por dia no
Brasil. Apesar dele, aprendemos a sobreviver ao vírus com vacina e máscara,
cuidando da gente e dos outros. Se a situação de hoje nos permite o mínimo de
normalidade, essa é uma vitória da sociedade e do SUS, na mesma medida em que é
uma derrota do genocida.
"Aprender a conviver" com o ser
que infecta o Planalto, porém, é impossível, incluindo no pacote sua tropa de
assalto: Lira e Pacheco com o butim do orçamento secreto, Aras e sua embromação
de jurista mequetrefe, a Faria Lima espumando para esquartejar o Estado
enquanto brasileiros buscam o que comer no lixo.
Graças a eles, Bolsonaro ainda tem um ano
para nos atazanar e decompor a democracia, com tentativas afrontosas de
interferir no Judiciário.
Por pior que seja aturar tudo isso, a
contagem regressiva já começou. As pesquisas indicam que Bolsonaro está em
processo de necrose eleitoral. A propósito, é muito simbólica a fotografia que
mostra uma escultura do presidente no chão de um depósito
do Detran,
em Passo Fundo (RS). Consta que foi instalada no centro da cidade no furor do 7
de Setembro golpista, gerou protestos e sumiu. Reaparece agora como sucata. É
como diz o ditado: uma imagem vale mais que mil palavras.
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