Folha de S. Paulo
Jogo nos estados favorece aposta no petista
e no atual presidente como cabos eleitorais
As largas fatias do eleitorado conquistadas
por Lula e Jair Bolsonaro se tornaram um ativo importante para os aliados da
dupla nos estados. Apesar da impressão de jogo jogado na corrida presidencial,
as disputas para governador ganharam um grande potencial de reviravoltas.
O cenário favorece uma aposta em Lula e Bolsonaro como cabos eleitorais nas corridas dos estados. Os números estão em pesquisas realizadas pela Quaest em São Paulo, Minas Gerais, Rio e Bahia –que reúnem quase metade dos votos do país.
Na eleição paulista, Bolsonaro aparece
como um padrinho
poderoso para Tarcísio de Freitas (Republicanos). Quando o apoio do
presidente é citado, o ex-ministro salta de 14% para 28%. No caso de Fernando
Haddad (PT), a situação é diferente: o petista marca 39% com ou sem o apoio de
Lula, uma vez que já existe uma identificação alta entre os dois.
Lula demonstra capacidade para mexer no
jogo em Minas. Na disputa
pelo governo, Alexandre Kalil (PSD) passa de 30% para 43% quando é
citado ao lado do petista, superando Romeu Zema (Novo). O atual governador,
que pegou carona
em Bolsonaro para vencer em 2018, perde quase metade de seus votos
se aparece descolado do presidente.
No Rio, o governador Cláudio Castro (PL)
antecipou o esforço para se vincular a Bolsonaro e colheu alguns frutos. Mesmo
sem ter o nome citado com o presidente, ele lidera o
primeiro turno e aparece 11 pontos à frente de Marcelo Freixo (PSB) no segundo.
Quando os presidenciáveis entram em campo, o quadro muda. Num embate direto,
Freixo tem 40% com o apoio de Lula, contra 37% de Castro ao lado de Bolsonaro.
A Bahia é outro exemplo da conexão esperada
entre a eleição nacional e as disputas estaduais. Quem domina a corrida, com
67% dos votos, é ACM Neto (União Brasil), lançado como candidato independente.
Ele perde 20 desses pontos com a chegada de Lula e Bolsonaro: o petista
Jerônimo Rodrigues dispara de 6% para 34%, enquanto o bolsonarista João Roma
passa de 5% para 10%.
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