Felipe Salto
Em reunião com a presidente, as centrais não tiveram suas demandas atendidas. Provavelmente, o cálculo feito por Dilma considerou a lógica "custos fiscais x custos políticos" prevalecendo, por ora, a questão fiscal.
Foi o caso de não aceitar reajuste de 6,47% (INPC) para aposentados que recebem acima do salário mínimo, no lugar do reajuste concedido de 6,41% no início do ano, quando o índice ainda não havia sido oficialmente divulgado para o ano de 2010.
O custo fiscal da medida é baixo e o ajuste pelo INPC seria a medida correta pela lógica de recomposição de perdas reais. Uma conduta fiscal austera é recomendável à condução da inflação ao centro da meta (4,5% ao ano), sendo o mínimo crucial para isto.
Isso porque ele serve de indexador para vários programas sociais, incluindo o INSS, de modo que qualquer reajuste irresponsável poderia gerar benefícios sociais imediatos, mas também custos elevados. O governo até ouviu os sindicalistas, mas a única ação foi a abertura de uma "mesa de negociações" com o governo, que será permanente.
Também o reajuste da tabela do IR deverá ser mesmo pela meta de inflação, que implicará renúncia de receitas da ordem de R$ 1,6 bilhão, segundo a Fazenda.
Essa é outra medida justificável, pela mesma lógica, e que já deveria estar na conta do governo, mas o custo não é desprezível e afeta Estados e municípios, uma vez que o Imposto de Renda é um dos tributos partilhados entre todos os entes da federação.
A demanda por um reajuste alinhado à inflação passada não foi aceita, mas a presidente sinalizou positivamente com a possibilidade de definir uma regra para os próximos anos fixando a meta de inflação como indexador.
A recomposição de perdas impostas pela inflação ainda é fator importante na elaboração de políticas. Ela remete ao período de hiperinflação, mas é também sinal de que ainda convivemos com inflação elevada e que a sociedade é sensível a este problema.
Esse que só será resolvido com medidas que expandam a oferta e elevem a produtividade dos fatores de produção: infraestrutura e educação. Para este fantasma, não há outro exorcismo.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Em reunião com a presidente, as centrais não tiveram suas demandas atendidas. Provavelmente, o cálculo feito por Dilma considerou a lógica "custos fiscais x custos políticos" prevalecendo, por ora, a questão fiscal.
Foi o caso de não aceitar reajuste de 6,47% (INPC) para aposentados que recebem acima do salário mínimo, no lugar do reajuste concedido de 6,41% no início do ano, quando o índice ainda não havia sido oficialmente divulgado para o ano de 2010.
O custo fiscal da medida é baixo e o ajuste pelo INPC seria a medida correta pela lógica de recomposição de perdas reais. Uma conduta fiscal austera é recomendável à condução da inflação ao centro da meta (4,5% ao ano), sendo o mínimo crucial para isto.
Isso porque ele serve de indexador para vários programas sociais, incluindo o INSS, de modo que qualquer reajuste irresponsável poderia gerar benefícios sociais imediatos, mas também custos elevados. O governo até ouviu os sindicalistas, mas a única ação foi a abertura de uma "mesa de negociações" com o governo, que será permanente.
Também o reajuste da tabela do IR deverá ser mesmo pela meta de inflação, que implicará renúncia de receitas da ordem de R$ 1,6 bilhão, segundo a Fazenda.
Essa é outra medida justificável, pela mesma lógica, e que já deveria estar na conta do governo, mas o custo não é desprezível e afeta Estados e municípios, uma vez que o Imposto de Renda é um dos tributos partilhados entre todos os entes da federação.
A demanda por um reajuste alinhado à inflação passada não foi aceita, mas a presidente sinalizou positivamente com a possibilidade de definir uma regra para os próximos anos fixando a meta de inflação como indexador.
A recomposição de perdas impostas pela inflação ainda é fator importante na elaboração de políticas. Ela remete ao período de hiperinflação, mas é também sinal de que ainda convivemos com inflação elevada e que a sociedade é sensível a este problema.
Esse que só será resolvido com medidas que expandam a oferta e elevem a produtividade dos fatores de produção: infraestrutura e educação. Para este fantasma, não há outro exorcismo.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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