Ana Lúcia Andrade
Não é só o PT que pretende “monitorar” os passos do governador e presidente
nacional do PSB, Eduardo Campos. O PSDB também está atento à movimentação do socialista,
que se apresenta como um quadro presidenciável para as próximas disputas. E o
pedido de atenção ao governador pernambucano partiu do PSDB local por tucanos
que fazem o alerta em reserva, mas pretendem em breve abrir o debate com o
presidente nacional da legenda, deputado federal Sérgio Guerra.
Na avaliação do grupo, é evidente que Eduardo é uma “liderança em ascensão”.
E se conseguir se consolidar como uma “alternativa” ao PT, o PSDB pode perder o
protagonismo da disputa nacional com o fim da polarização entre as duas
legendas, que se sustenta em cinco eleições presidenciais.
As chances de o socialista crescer como opção ao petismo, na avaliação dos
tucanos, residem na possibilidade de a crise econômica bater às portas do
governo da presidente Dilma e criar dificuldades a sua reeleição. Por isso,
defendem que o senador Aécio Neves (MG) – a bola da vez do PSDB para o Palácio
do Planalto – se “quiser realmente ser candidato a presidente tem de meter a
cara na rua e começar imediatamente a fazer o contraponto a Dilma”.
“Se Eduardo decidir enfrentar o PT na disputa para a Presidência, ele se
consolida na posição de alternativa ao partido e Aécio perde a chance de ser
candidato”, ponderou um dirigente do PSDB. No entendimento deste tucano, o
senador mineiro tem inclusive mais liberdade e condições de assumir
imediatamente a função de porta-voz do contraponto ao PT, já que o governador
Eduardo Campos, apesar das pretensões políticas que não se coadunam com as dos
petistas, mantém o discurso de aliado e de integrante da base do governo Dilma.
De fato o governador de Pernambuco tem ostentado um discurso partidário. Mas
também vem assumindo bandeiras nacionais, como a de defesa de um novo Pacto
Federativo, que podem resultar em desgaste para o governo da presidente Dilma
Rousseff, já que abre o debate em torno das renúncias fiscais que geraram
redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O alerta contra o discurso do governador foi feito recentemente pelo
presidente do PT estadual, deputado Pedro Eugênio. O petista reprovou a
iniciativa de Eduardo por considerá-la inapropriada ao momento em que o País
ainda sofre com a ameaça de uma crise. “O PT entendeu que o governador Eduardo
Campos é um adversário na base aliada”, arrematou um tucano.
Fonte: Jornal do Commercio
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