Levantamento inclui candidatos reeleitos e nomes que já haviam ocupado o
posto em gestões anteriores
Amanda Rossi
Quatro entre dez eleitos para comandar as prefeituras a partir de 2013 vão
voltar para a cadeira que um dia ocuparam. Três desses quatro são os atuais
prefeitos, que concorreram à reeleição e venceram. O quarto é um ex-prefeito
que já comandou a prefeitura em pelo menos um mandato desde 1996. Os outros
seis novos prefeitos vão governar a cidade pela primeira vez nos últimos 16
anos, pelo menos.
Em porcentagem, a taxa de retorno dos quadros é de 38%. O índice é alto,
considerando que as eleições de 2012 são o fim de um ciclo de reeleição. Isso
ocorre porque no pleito de 2000, quando a reeleição para prefeito passou a
valer, todos poderiam candidatar-se novamente, marcando o início de um ciclo.
Assim, na eleição seguinte, menos prefeitos puderam concorrer. No total, 1.515
foram reeleitos este ano, 205 a mais que no último fim de ciclo, em 2004.
Outros 615 ex-prefeitos voltarão ao cargo.
Nas 83 maiores cidades do Brasil, com mais de 200 mil eleitores, a taxa de
retorno é um pouco menor: 34%. Nelas, 20 prefeitos foram reeleitos, sendo que a
maioria das definições ocorreu já no primeiro turno - casos do Rio de Janeiro,
com Eduardo Paes (PMDB) e de Belo Horizonte, com Marcio Lacerda (PSB). Outros
oito ex-prefeitos venceram, um deles em Natal. Nas demais cidades, entre elas
São Paulo, houve renovação.
Os dados foram obtidos pelo Estadão Dados a partir de um levantamento da
Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre os candidatos que tentavam a
reeleição e os que já haviam sido eleitos prefeitos pelo menos uma vez desde
1996.
Partidos. O DEM é a sigla com menor taxa de renovação. Metade dos prefeitos
democratas eleitos em 2012 vão ocupar o cargo pela segunda vez - ou seja, são
prefeitos reeleitos ou ex-prefeitos. Na Bahia, o DEM venceu com um ex-prefeito
em Feira de Santana (BA), por exemplo.
Em seguida, aparece o PSDB, com taxa de retorno de 44%. Nesta conta, os
ex-prefeitos são 17 de cada 100 novos eleitos, a maior proporção entre os
grandes partidos. Em Teresina (PI), por exemplo, capital sob domínio tucano há
cinco mandatos consecutivos, o ex-prefeito Firmino Filho vai voltar para a
prefeitura.
Para o PMDB, a taxa de repetição dos quadros é de 43%. Já PT e PSB tiveram a
maior renovação entre os maiores partidos. Prefeitos reeleitos e ex-prefeitos
representam 33% e 35% dos novos prefeitos dos petistas e pessebistas,
respectivamente.
Candidatos. Os atuais prefeitos tiveram mais facilidade em conquistar um
novo mandato do que os ex-prefeitos. Enquanto 55% dos que disputaram a
reeleição saíram das urnas vitoriosos, só 35% dos ex-prefeitos candidatos vão
voltar para a prefeitura. A taxa de 55% dos prefeitos é, contudo, a menor da
história. Em 2000 e 2004, elas foram de 58%, e em 2008 de 65%.
Mas, segundo o professor de ciência política da USP Ricardo Ceneviva, a taxa
de reeleição deste ano voltou para os níveis de 2000 e 2004, depois do que
teria sido um padrão atípico em 2008. "Em 2008, o caixa dos municípios era
bem melhor do que agora, dado o grande crescimento econômico do Brasil no
período. Quando a economia vai bem, o eleitor tende a estar mais satisfeito com
a administração pública em geral", pontua.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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