Estratégia do governo é lembrar os fortes benefícios fiscais concedidos ao setor privado no ano passado
Cristiane Bonfanti
BRASÍLIA - Depois do baixo crescimento da economia em 2012, a presidente Dilma Rousseff decidiu buscar apoio da elite empresarial para a recuperação da atividade econômica em 2013. Nos últimos dois dias, Dilma se reuniu a portas fechadas com cinco megaempresários dos setores produtivo e financeiro, além de representantes da indústria pesada, para pedir investimentos no país - justamente quando o governo está sob fogo cruzado, em meio a especulações sobre um racionamento de energia e sobre o não cumprimento da promessa de redução da conta de luz em 20%. Segundo uma fonte do Planalto, uma das estratégias é mostrar que, em 2012, o governo foi generoso nos benefícios ao setor privado, com desonerações tributárias que tiveram impacto de R$ 45 bilhões nos cofres públicos.
Ontem ela se reuniu com o presidente da fábrica de cimento francesa Lafarge, Bruno Lafont, que prometeu investir R$ 1 bilhão no Brasil nos próximos cinco anos e construir, ainda em 2013, um laboratório de pesquisas no país, o quinto do mundo. A cifra representa a metade do destinado ao Brasil nos últimos cinco anos, mas ele negou redução de valores:
- É apenas investimento vegetativo, orgânico, para acompanhar o crescimento do mercado - disse Lafont, explicando que os recursos se destinam à construção de fábricas e ao aumento da atual capacidade de produção.
Mais cedo, Dilma se reuniu com o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, e com o presidente do Sindicato Nacional da Indústria Pesada (Sinicon), Rodolpho Tourinho, que foi ministro de Minas e Energia entre 1999 e 2001.
- O papel da iniciativa privada, hoje, talvez seja mais importante do que foi até aqui - afirmou Tourinho.
Fonte: O Globo
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