Comemorou-se no último dia 05 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente. As atividades comemorativas em geral permanecem as mesmas, palestras, plantio de mudas de árvores, passeios ciclísticos, mutirões de limpeza de margens de córregos e coisas semelhantes.
Ao mesmo tempo assistimos o conflito entre fazendeiros e indígenas no Mato Grosso do Sul que tem como pomo da discórdia a posse e a propriedade de grandes extensões de terra que já gerou uma morte.
Vimos também no mesmo período a manifestação de tribos indígenas em Brasília contestando a construção das usinas e respectivas represas na Amazônia.
Esses fatos revelam que, embora com algumas modificações, que o conceito de interiorização do desenvolvimento econômico ainda mantém a mística da aventura, do desbravamento, da ocupação do território, fazendo rememorar as entradas e bandeiras, as expedições de Rondon e até mesmo a conquista do oeste da história dos EUA.
Ainda muito há que se fazer para compatibilizar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade do Meio Ambiente. Hoje, diferentemente do que existia antes da revolução industrial, o espaço de manobra e de fuga das limitações da capacidade de sustentação do planeta para as atividades humanas está cada vez mais restrito e caro.
Uma das alternativas é incorporar cada vez mais ciência e tecnologia nos processos produtivos para dar a eles economicidade e rentabilidade verdadeiras de modo que a opção do “desbravamento” de novas terras se torne menos atrativa do que é hoje.
É irracional que haja tanta terra esgotada, abandonada ou com baixa utilização nas regiões já ocupadas com agricultura e pecuária extensivas em ciclos de desenvolvimento anteriores e opte-se por deixá-las assim e partir para outras fronteiras. Há muita comodidade, irresponsabilidade e inércia nessa opção.
É incompreensível que num país das dimensões do Brasil possa haver conflitos tão cruentos pela posse de minúsculos pedaços de terra, e algumas vezes esses conflitos se dando entre pobres a exemplo dos embates entre indígenas e assentados em projetos de reforma agrária.
Mas é com que se continue a comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente fazendo as palestras, plantio de mudas de árvores, passeios ciclísticos, mutirões de limpeza de margens de córregos e coisas semelhantes de sempre. Mas é pouco,
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, dirigente do partido Mobilização Democrática - MD de Taubaté e do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto @hotmail.com.
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