• Janot encaminhará ao STF parecer sobre políticos citados por Youssef
Vinicius Sassine – O Globo
BRASÍLIA - O gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recebeu ontem os depoimentos do doleiro Alberto Youssef em que ele cita diversas autoridades com foro privilegiado como participantes do esquema de desvio de recursos da Petrobras. Youssef aceitou fazer a delação premiada para tentar se livrar das pesadas penas previstas por conta de seu protagonismo no esquema de pagamento de propinas, investigado na Operação Lava-Jato.
Agora, Janot vai analisar os depoimentos - prestados em outubro e novembro ao Ministério Público Federal (MPF) no Paraná - e encaminhá-los ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que decidirá se homologa ou não os termos da delação.
O encaminhamento do material da delação de Youssef ao procurador-geral da República é um passo importante para que o esquema de corrupção descoberto na Petrobras seja finalmente investigado no STF, onde tramitarão os processos relacionados aos deputados, senadores e ministros citados.
Costa citou 35 políticos
Os governadores citados são processados no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os depoimentos do doleiro já foram analisados previamente pela equipe que trabalha diretamente com Janot. O procurador-geral fará a análise final e o parecer para, então, encaminhá-los ao STF.
Uma prioridade de Janot será cruzar o teor da delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que citou 35 políticos supostamente envolvidos com o esquema, com as informações do doleiro. As informações de Costa e de Youssef estão protegidas por sigilo. A partir do cruzamento dos dados, Janot vai pedir a abertura dos primeiros processos no STF. Não há previsão de quando isso ocorrerá.
A depender do andamento da produção das provas e da conveniência para as investigações, alguns desses processos poderão tramitar sem sigilo.
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