Poder em Jogo: Lydia Medeiros | O Globo
O PT decidiu declarar guerra aberta ao Judiciário: a liderança do partido na Câmara lançou ontem o que chama de “Projeto Lava-Toga”, proposta de mudanças na Lei de Improbidade para punir remunerações acima do teto salarial na Justiça. O partido quer permitir abertura de processos contra juízes e procuradores por ação popular, punindo com “perda da função pública e multa civil de até três vezes o valor recebido que exceder o teto salarial”. O projeto de lei 9447 nada diz sobre verbas de representação e de gabinete, que contribuem para deixar Judiciário e Legislativo brasileiros no topo da lista dos mais caros do mundo.
Fim de caso
O PSB exauriu o debate com o PT sobre as possibilidades de parceria eleitoral. Considerou alto demais o preço cobrado pelo apoio do PT em estados-chave, como Pernambuco. As condições do PT incluíam assumir uma defesa entusiástica de Lula. O PSB preferiu encerrar o processo de negociação nacional, que envolvia dez colégios eleitorais. As alianças, agora, ficam ao sabor dos interesses regionais. Com o fim do diálogo, os petistas devem ter candidatura própria contra o governador Paulo Câmara, do PSB pernambucano, e os socialistas estão livres para se unir contra o petista Fernando Pimentel, em Minas.
Noiva cobiçada
Longe do PT, começa no PSB a discussão sobre a adesão às candidaturas de Ciro Gomes (PDT) ou Geraldo Alckmin (PSDB). Para ter apoio em estados estratégicos, como Minas, líderes tucanos e pedetistas já admitem abrir ao PSB a vaga de vice na chapa dos dois presidenciáveis. Nos dois casos, o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda é citado como possibilidade. Fora da disputa ao governo mineiro, ele facilitaria a vida de Antonio Anastasia (PSDB). No PDT, Lacerda é ligado a Ciro, que o lançou na vida política.
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