• Protesto contou com presença de Haddad e Erundina, teve três detenções e acabou com shows no Ibirapuera
Luiza Souto - O Globo
-SÃO PAULO- Milhares de pessoas fizeram nova manifestação contra o governo Michel Temer e por eleições diretas para presidente ontem na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato contou com a presença de candidatos nas eleições municipais de 2016, como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que disputa a reeleição, e sua adversária, a deputada Luiza Erundina (PSOL).
A PM não fez estimativa de público, mas, segundo os organizadores — que incluem Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT) —, 60 mil pessoas foram à Paulista e depois caminharam em direção ao Parque Ibirapuera, onde a manifestação foi encerrada com shows. Os manifestantes pediram a cassação e a prisão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O único incidente registrado foi a detenção de três jovens. Segundo a PM, duas meninas estavam com pedras, faca e soco inglês na mochila. Não revelando seu nome, uma delas disse que o soco inglês era para autodefesa. Outro homem também foi preso. Os três foram levados para a 78ª DP (Jardins).
— Tenho certeza de que eles não fazem parte dessa manifestação, são pessoas que estavam infiltradas aqui — disse o major Teles, responsável pelo policiamento do ato.
Durante as detenções, houve princípio de confusão e a PM usou spray de pimenta sobre jornalistas e manifestantes.
Depois de iniciar sua campanha à reeleição falando que “golpe” era “uma palavra forte” e escondendo seu partido, a presença de Haddad no ato de ontem simbolizou uma mudança de estratégia.
Seguindo recomendação do PT, o prefeito agora começa a bater no governo Temer, relacionando seus adversários (com exceção de Erundina) ao presidente que os petistas chamam de “golpista”.
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