- Blog do Noblat
Entre 7 de março e 7 de abril os detentores de mandato legislativo (deputado federal, estadual e vereador) poderão mudar de partido
Encerrando um trimestre cheio de eventos políticos,o mês de marco será muito importante para a sucessão presidencial. Os desdobramentos do mês podem definir algumas candidaturas e, sobretudo, influir no desenho das coalizões que se desenham.
O mais importante dos eventos é o início da janela partidária – entre 7 de março e 7 de abril – quando detentores de mandato legislativo (deputado federal, estadual e vereador) podem mudar de partido sem risco de perder o mandato. Tal fato irá gera uma imensa mobilização no Congresso já que o tamanho das bancadas influirá no tempo de televisão dos candidatos.
A movimentação deve repercutir na agenda de votações do governo no Congresso dada a instabilidade que as mudanças partidárias podem causar na base governista.
Alguns partidos, como PSDB e REDE, temem redução de suas bancadas na Câmara dos Deputados. O DEM, de Rodrigo Maia (RJ), pode atrair uma boa quantidade de deputados federais já que o o partido deverá estar em alguma coalizão relevante na sucessão.
No âmbito partidário e eleitoral, o PSDB realiza sua pré-convenção no dia 11 para escolher seu pré-candidato à Presidência da República. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin deve ser aclamado já que Arthur Virgilio desistiu de participar do processo de prévias. No dia 7, Geraldo Alckmin participa de debate sobre a sucessão presidencial em Washington. Evento será acompanhado com interesse pelo mercado financeiro.
No dia 18, será a vez do PSDB paulista realizar convenções. Irá acontecer acontecer o primeiro turno para a escolha do candidato da legenda ao governo de São Paulo. Concorrem o prefeito da capital, João Doria, José Aníbal, Floriano Pesaro e Luiz Felipe D’Ávila. O segundo turno, se houver, está marcado para 25 de março.
O DEM também realiza pré-convenção em março e pode lançar a pré-candidatura de Rodrigo Maia para a Presidência da República. O evento pode acontecer no dia 8 de março, quando o prefeito de Salvador, ACM Neto, assume a presidência do partido em substituição ao senador José Agripino Maia (RN).
Por conta do prazo de desincompatibilização, deve ocorrer muita movimentação política em torno da substituição de ministros que pretendem deixar seus postos para se candidatar a algum cargo eletivo. Muitos ministros podem deixar seus cargos, no início de abril, para concorrer. Dois nomes, entre muitos, se destacam: Henrique Meirelles e Mendonca Filho. Um deseja concorrer à presidência da República e o outro é especulado como potencial candidato à vice-presidência.
Na Câmara dos Deputados , o governo conta que o debate em torno da privatização da Eletrobras se intensifique com a instalação da Comissão Especial que discutirá o tema. Audiências públicas são esperadas para março, pois a votação será em abril. O governo tem a expectativa de arrecadar R$ 12 bilhões com a venda da empresa. A reoneração da folha, que também está sob a análise da Câmara, é outro tema importante para o governo. Pode ser votada ao longo de março. Apesar da enorme resistência de alguns setores.
Voltando ao âmbito eleitoral, o ex-presidente Lula apresentou na terça-feira (20) embargo de declaração no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, para esclarecer pontos do julgamento que o condenou a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O julgamento do embargo pode acontecer até o fim de março. Enquanto isso, Lula continuará viajando pelo país.
Por fim, teremos a intensificação e os desdobramentos da intervenção federal no Rio de Janeiro que terá impacto na avaliação do governo e nas possibilidades de uma candidatura governista. Enfim, é uma agenda complexa que terá repercussão no processo eleitoral.
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Murillo de Aragão é cientista político
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