• Lula e Aécio criticam presidente da CUT por ter falado em ‘pegar em armas’
Rodrigo Aguiar* e Cristiane Jungblut - O Globo
-SALVADOR E BRASÍLIA- A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que precisa manter a “vida saudável” para enfrentar “a pressão, a imensa desfaçatez e a intolerância que recaem alguns momentos lá em Brasília”. A frase foi dita ao discursar em solenidade do programa Dialoga Brasil, em Salvador.
Depois de ouvir de uma mulher da plateia que estava “gata”, Dilma aproveitou para dar a receita da vida saudável: “Comer menos, acordar cedo e trabalhar muito”. Disse ainda que há “insidiosa tentativa de criar um clima de quanto pior, melhor”.
Rui Costa faz defesa enfática
A presidente também citou o escritor Guimarães Rosa.
— É como aquele meu conterrâneo dizia. O que ela [a vida] quer da gente é coragem — disse Dilma, que já havia lido o mesmo trecho em seu discurso de posse, em janeiro de 2011.
Governador da Bahia, o petista Rui Costa fez a defesa mais enfática do governo.
— Um país que respeita o seu povo e as instituições não aceita golpe de qualquer natureza. Querem provocar o caos para adotar o quanto pior, melhor. Nós queremos serenidade.
Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto políticos de oposição como o senador Aécio Neves ( PSDBMG) criticaram ontem as declarações feitas na véspera pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores ( CUT), Vagner Freitas, que disse estar preparado para “pegar em armas” se houver uma tentativa de tirar Dilma do poder.
Em ato do PT, Lula disse que a Educação é a melhor forma de fazer uma revolução.
— Quero dedicar esse meu discurso ao companheiro Vagner da CUT, que ontem cometeu uma frase que não queria cometer. Queria dizer para o Vagner que o Plano Nacional de Educação é a grande arma que a CUT tem que usar. Não existe nada mais importante do que a educação para fazer a revolução nesse país — afirmou o ex-presidente em discurso.
A frase de Vagner Freitas foi citada por políticos de oposição ao convocarem a população para participar, amanhã, de protestos contra o governo em todo o país. Em Maceió, durante campanha de filiação ao PSDB, Aécio Neves disse que a população vai às ruas usando a Constituição como arma, e que o país vive um crise moral sem precedentes.
Já o líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), anunciou que pedirá ao Ministério Público Federal a abertura de um inquérito contra Freitas por ‘‘incitação ao crime’’.
— Vamos para a rua, mas não entrincheirados. Vamos de braços abertos e apenas com uma arma, a Constituição, nas mãos. Não vamos permitir que a lei seja violentada por um governo que perdeu todos os escrúpulos — disse Aécio, acrescentando ter ficado estarrecido com o fato de o dirigente da CUT não ter sido repreendido por Dilma.
Álvaro Dias (PSDB-PR) foi outro senador que criticou Freitas:
— Quem incita a violência não está preparado para o exercício da democracia.
Após a repercussão negativa, o presidente da CUT disse que não teve a intenção de incitar a violência, e que “usou uma figura de linguagem’’. O governo de São Paulo mobilizará mil policiais para acompanhar as manifestações, que ficarão concentradas na Avenida Paulista. (* Da Agência A Tarde)
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