Rui Falcão, presidente nacional da legenda, diz que o PT vai se manifestar
"sobre o que entende do julgamento"
Diferentemente de Falcão, Lula tem dito que a melhor resposta ao julgamento
é uma vitória nas eleições
Erich Decat, Gabriela Guerreiro
BRASÍLIA - Contrariada com as condenações do Supremo Tribunal Federal de
membros do PT no processo do mensalão, a cúpula do partido prepara um manifesto
que deve ser divulgado logo após o julgamento.
"O partido vai se manifestar formalmente sobre o que entende do
julgamento", disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Quatro integrantes do PT foram condenados: o deputado federal João Paulo
Cunha (SP), o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do partido José Genoino
e o ex-tesoureiro Delúbio Soares.
A maioria dos ministros STF concluiu que Dirceu comandou o esquema de compra
de votos no Congresso em troca de apoio político durante o primeiro mandato do
governo Lula e o condenou por corrupção ativa. Genoino e Delúbio também foram
condenados pelo mesmo crime.
João Paulo, outro integrante do PT de São Paulo, já foi condenado por
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Ele era candidato à
Prefeitura de Osasco mas, com o resultado do julgamento, renunciou. Já o
ex-líder do governo Professor Luizinho e o ex-ministro Luiz Gushiken foram
absolvidos.
Sem dar detalhes sobre o documento, Falcão disse que o mais provável é que a
manifestação da cúpula do partido seja realizada junto com o fim do segundo
turno das eleições municipais, que ocorrem no próximo dia 28.
"O andar do julgamento no Supremo tem corrido junto com as eleições.
Mas ainda vamos ver o que entendemos com o final do julgamento."
No fim de julho, Falcão gravou declarações no site do partido em que diz que
não existiu o esquema de compras de votos no Congresso.
Diferentemente de Falcão, o ex-presidente Lula tem dito aos correligionários
do partido que a melhor resposta ao julgamento do mensalão é uma vitória na
eleição. Para Falcão, é preciso dar uma resposta mesmo se o partido vencer em
São Paulo: "Uma vitória lá tem um significado político, mas não tem
relação com o julgamento", disse.
Fonte: Folha de S. Paulo
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