O
momento histórico da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) possibilitou mudanças
estruturais com a realização da revolução de 1917, na Rússia Czarista; o
momento histórico da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), com a derrota do fascismo
de Mussolini e do nazismo de Hitler, possibilitou, no Brasil, a legalização do
PCB - Partido Comunista do Brasil (17/11/1945) e a participação com candidatura
própria de Iedo Fiuza à Presidência da República - nas eleições de 02/12/1945,
a qual elegeu um parlamento constituinte que aprovou a Constituição de 1946. O
período de liberdades democráticas asseguradas pela Constituição se estendeu
até o ano de 1964.
Com
o golpe militar de 1964, a história registra um momento de retrocesso no
caminhar da sociedade brasileira. Foram suspensas as liberdades democráticas e
iniciou-se um período de caça as “bruxas”. Perseguições, prisões, torturas e
assassinatos caracterizam esse momento. Com seus atos institucionais, a
ditadura se consolidou (1964-1985).
Com a derrota e fim da ditadura militar, iniciou-se um outro momento histórico que possibilitou a legalidade do PCB - Partido Comunista Brasileiro (08/05/1985); a aprovação da Constituição cidadã (1988), a qual abriu espaço para manifestações livres para todas as forças políticas em nosso território. Com as liberdades asseguradas na Carta Magna foram eleitos democraticamente os presidentes da República, Fernando Collor de Melo (1990), tendo sofrido impeachment e renunciado ao seu mandato, em 1992, e o seu vice Itamar Franco o substituiu; Fernando Henrique Cardoso, dois mandatos, de 1995 a 2002; Luiz Inácio Lula da Silva, dois mandatos de 2003 a 2010; Dilma Rousseff, dois mandatos de 2011 a 2019, sofrendo impeachment em 2016 e o seu vice Michael Temer completou o mandato.
Essas
forças que estiveram no poder depois da redemocratização não realizaram as
reformas indispensáveis ao desenvolvimento da sociedade brasileira. “O projeto
reformista dos governos Fernando Henrique Cardoso, e o projeto compensatório
dos governos Lula/Dilma se esgotaram”, diz a proposta de resolução política apresentada
ao 19º Congresso do PPS, em março de 2018.
A
não realização das reformas necessárias ao desenvolvimento da sociedade
brasileira; a corrupção generalizada da mais alta esfera do poder político até
a mais modesta prefeitura do nosso país, levou o povo brasileiro a não mais
confiar na política tradicional e nos políticos que, há décadas, a representam
e se deixou enganar por um pseudo salvador da pátria – Jair Bolsonaro.
Com
a chegada de Bolsonaro à Presidência da República em 2019, iniciou-se um momento
histórico não só de estagnação, mas principalmente de retrocesso: caminhada
para a desestruturação das instituições democráticas e de ações planejadas para
eliminar a participação da sociedade civil nos assuntos de interesse nacional.
O
momento histórico de estagnação e retrocesso, que estamos vivenciando com o
governo autoritário e antidemocrático de Jair Messias, exige a mobilização das
forças progressistas existentes em nosso País, na defesa do sistema democrático
e das instituições que lhe são inerentes. Assegurar a plenitude democrática se
impõe como condição primeira para que possamos continuar a luta por mudanças
indispensáveis ao desenvolvimento da sociedade brasileira.
*Candido Feitosa – ex-dirigente sindical dos bancários (CE)
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