Qual
é o general que consegue infligir mais de mil baixas por dia ao longo de mais
de um mês sem disparar um único tiro?
A
palavra “ironia” vem do grego “eironeía”, com o significado de “dissimulação”,
“falsa ignorância”. O termo parece ter origem no teatro. “Eíron” é um
personagem-estereótipo recorrente nas comédias gregas que, valendo-se da
modéstia e até da autodepreciação, sempre desmascara “alazón”, que faz as vezes
do impostor ou do fanfarrão.
Modernamente,
a ironia costuma ser definida como o artifício retórico que embaralha os
significados reais e aparentes das coisas para provar uma tese, enfatizar um argumento
ou apenas para fazer rir.
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Estão pegando pesado com o Eduardo Pazuello, tentando desmerecer suas capacidades logísticas só porque ele deixou faltar oxigênio em Manaus, mandou as vacinas do Amazonas para o Amapá e as do Amapá para o Amazonas e se esqueceu de comprar imunizantes, seringas e agulhas para a campanha de inoculação contra a Covid-19, para a qual outros países se preparam desde o início da pandemia.
Esses
críticos se esquecem de que o ministro Pazuello é um general do Exército, e,
como qualquer criança sabe, exércitos existem para matar pessoas. Sob essa
chave interpretativa, o que parecia fracasso torna-se um retumbante sucesso.
Qual, afinal, é o general que consegue infligir mais de mil baixas por dia ao
longo de mais de um mês sem disparar um único tiro? Pazuello é que é o
verdadeiro mito. O outro é um mero amador.
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“É simples
assim. Um manda e o outro obedece”, obtemperou com sabedoria o
general após ter sido desautorizado pelo capitão (reformado) no episódio da
compra de vacinas do Instituto Butantan.
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Um terceiro personagem arquetípico das comédias gregas é “bomolóchos”, que é mais ou menos o nosso bufão.
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