Acredito
que economia em toda parte, até recentemente, tinha sido dominada, muito mais
do que compreendida, pelas doutrinas associadas ao nome de J.B. Say. É verdade
que a “lei dos mercados” dele já foi abandonada há tempo pela maioria
dos economistas, mas eles não se livraram de seus postulados básicos,
particularmente de sua ideia errônea de que a demanda é criada pela oferta. Say
estava supondo implicitamente que o sistema econômico está sempre operando com
sua capacidade máxima, de forma que uma atividade nova apareceria sempre em
substituição e não em suplementação a alguma outra atividade. Quase toda a
teoria econômica subsequente tem defendido, no sentido de que ela tem exigido,
esse mesmo pressuposto. No entanto, uma teoria com essa base é claramente incompetente
para enfrentar os problemas do desemprego e do ciclo econômico. Talvez eu possa
exprimir melhor a meus leitores franceses o que apregoo sobre este livro
dizendo que na teoria da produção ele é uma ruptura radical com as doutrinas de
J. B. Say e que na teoria dos juros ele é um retorno às doutrinas de
Montesquieu.”
*John Maynard Keynes (1883-1946). A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, - Prefácio à Edição Francesa, p. 10-1. Nova Cultura, S. Paulo, 1985.













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