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Convocados, eles alegam que não são
obrigados a depor, mas que, se apenas convidados, irão. O caso está nas mãos da
ministra Rosa Weber
Na próxima quinta-feira (10/6), a
respeitar-se o calendário de depoimentos divulgado pela CPI da
Covid-19 no último fim de semana, Wilson Lima, governador do Amazonas, será o primeiro
governador a ser ouvido sobre a suspeita de desvio de verbas federais
destinadas ao combate à doença. A não ser que…
A não ser que a ministra Rosa Weber,
do Supremo Tribunal
Federal, acate o pedido de governadores de 18 Estados, e do Distrito
Federal, barrando assim a convocação de nove deles sugerida por senadores
bolsonaristas e aprovada pelo plenário da CPI. Há precedente para isso, e Rosa
o levará em conta.
Diz o pedido: “O pacto federativo impõe limites aos poderes das CPIs instauradas
no âmbito do Congresso Nacional. Via de regra, as autoridades e gestores
estaduais e municipais somente podem ser investigadas por CPIs promovidas pelo
legislativo correspondente”.
E prossegue: “Os poderes são independentes e harmônicos entre si, não havendo
qualquer tipo de subordinação. Tal lógica também se estende aos membros do
Poder Judiciário, que não podem ser convocados para depor em CPI sobre a sua
atividade judicante”.
Foi com base em tais argumentos que, em 2012, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, autorizou o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a não comparecer à CPI que na Câmara dos Deputados investigava as atividades do banqueiro do jogo de bicho Carlinhos Cachoeira.
Rosa Weber vem impondo derrotas ao governo federal nos últimos
meses. Suspendeu quatro decretos de Bolsonaro que flexibilizaram o porte e
a posse de armas de fogo, e decidiu a favor dos Estados que requereram a
ampliação do número de leitos de UTI para o atendimento de pacientes com
Covid-19.
A convocação obriga os governadores a
comparecerem. O convite, não. Os nove convocados pela CPI da Covid informaram
ao Supremo que, se convidados, não se negarão a ir.
Governo federal deixou de comprar mais
barato a vacina da Pfizer
Oito meses se passaram entre a primeira
oferta e a entrega. Outros governos pagaram mais caro
Se faltassem provas de que o governo do
presidente Jair Bolsonaro boicotou a compra de vacinas contra a Covid-19, não
falta mais. O governo recusou vacinas da Pfizer no ano passado à metade do
preço pago por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, segundo o jornal
Folha de S. Paulo.
Consideradas caras em agosto de 2020 pelo
então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, até 70 milhões de doses da Pfizer
poderiam ter sido entregues a partir de dezembro por US$ 10 cada. A esse preço
acabaram sendo compradas no final de dezembro passado ainda na gestão do
general.
As primeiras doses só chegaram em abril deste ano. Oito meses se passaram entre a primeira oferta e a entrega.O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), contabilizou 53 emails enviados pela Pfizer ao governo a partir de agosto cobrando resposta sobre a oferta dos 70 milhões de doses.
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