sexta-feira, 1 de maio de 2020

Falta trabalho para 27,6 milhões de pessoas em todo o país

Taxa de desemprego subiu de 11% em dezembro para 12,2% em março. Total de ocupados cai 2,5%, maior queda desde 2012

Pedro Capetti | O Globo

RIO E BRASÍLIA - Falta trabalho para 27,6 milhões de pessoas no país, entre desempregados e trabalhadores que estão subocupados. Além dos 12,9 milhões que buscaram uma vaga nas semanas do primeiro trimestre do ano pesquisadas pelo IBGE, 6,4 milhões trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de ter jornada maior, patamar semelhante ao do início do ano passado.

Outros 8,3 milhões de pessoas se encaixam no que o IBGE classifica como força potencial de trabalho: quem buscou uma vaga, mas não ficou disponível para trabalhar por algum motivo —como cuidar de um parente doente, por exemplo — ou é desalentado, aquele que tem disponibilidade, mas desistiu de procurar.

As demissões habituais em começo de ano e os efeitos da pandemia na economia fizeram com que a taxa de desemprego referente aos três primeiros meses do ano ficasse em 12,2%, acrescentando 1,2 milhão ao contingente em busca de uma oportunidade. A taxa é menor que a registrada no mesmo período de 2019 (12,7%), mas 1,2 ponto percentual acima dos 11% apurados em dezembro.

INFORMAIS PERDEM MAIS
Em março, as consequências econômicas das medidas para conter o coronavírus foram sentidas em todos os dez setores econômicos pesquisados pelo IBGE. Em nove houve redução de vagas e em um, o de informática, os postos de trabalho ficaram estáveis. Áreas como comércio, alimentação e alojamento, serviços domésticos e outros serviços, como os de cabeleireiro e manicure, tiveram retração recorde.

O aumento das demissões fez o número de trabalhadores ocupados registrar a maior retração desde 2012:2,5%. A população ocupada caiu de 94,5 milhões, em dezembro, para 92,2 milhões de brasileiros em março. Foram cerca de 2,3 milhões de pessoas que deixaram de trabalhar em apenas três meses. Parte desse contingente, no entanto, não foi procurar uma vaga, seja por desânimo ou por limitações, como as medidas de isolamento dos que podem ficar em casa.

— Na comparação anual, a população ocupada cresceu 0,4%, mas vinha crescendo 2% na mesma comparação com os trimestres móveis (até fevereiro). Ou seja, houve desaceleração muito forte (do emprego) — diz Daniel Duque,

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