DEU EM O GLOBO
O presidente Lula descartou ontem o fim do fator previdenciário, que evita aposentadorias precoces, em discussão no Congresso. O tema, disse, não pode ser alvo de “hipocrisia do ano eleitoral”.
Lula descarta o fim do fator previdenciário
"É hipocrisia", reagiu o presidente sobre a pressão da oposição por mudanças no cálculo das aposentadorias
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem a possibilidade de ceder à pressão da oposição pelo fim do fator previdenciário, fórmula usada desde 1999 para evitar as aposentadorias precoces.
Em entrevista a duas rádios baianas, ele disse que está disposto a negociar um acordo com as centrais sindicais, mas não admite que o assunto seja tratado com “hipocrisia” às vésperas de ano eleitoral.
— O que eu não posso, em sã consciência, é aprovar alguma coisa que seja, como diria o Magri, “incumprível”, porque todo mundo sabe que a gente só pode pagar a quantidade exata de dinheiro que você recolhe, aquilo que você tem no cofre — declarou.
Lula disse que, embora não vá prometer o que o governo não pode cumprir, se dispõe a encaminhar um projeto ao Congresso quando chegar ao consenso com as centrais: — Sou um homem de diálogo, amigo de todos eles. Não quero criar nenhum prejuízo a ninguém, mas não posso aceitar a hipocrisia do ano eleitoral. É inadmissível que as pessoas tentem tirar proveito e prometer coisas que não podem cumprir.
Isso a gente pode fazer quando não tem responsabilidade.
Quando tem responsabilidade, a gente tem que contar até dez. Eu tenho que tomar decisão antes de (contar até) dez, até porque só tenho nove dedos.
O presidente, ao comentar a campanha sucessória em 2010, disse que fez questão de convencer o PT “a parar com a brincadeira do terceiro mandato”.
— Porque se vale para mim terceiro mandato, vale para outro. Amanhã você tem o terceiro mandato; depois você gosta, você quer o quarto; depois você gosta, você quer o quinto; depois você gosta, você quer o sexto, e isso não é bom para o Brasil.
“Caetano nunca esteve do nosso lado” Lula disse que, se a oposição estivesse em seu lugar no governo, já teria levantado a tese do terceiro mandato: — Se a gente começa a colocar na cabeça “eu sou imprescindível, eu sou insubstituível”, começa a nascer um pequeno ditador.
Indagado se conseguirá, em 2010, transferir a sua popularidade para a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff, Lula disse que é muito importante “todo mundo saber” que ele quer a ministra como sua candidata à sucessão: — De vez em quando as pessoas falam: “Ah, mas a Dilma não é muito simpática”. Bom, tem adversário dela que é muito menos simpático do que ela. Então, se for por simpatia, ela já está eleita — ironizou.
O presidente procurou minimizar a polêmica com o cantor Caetano Veloso, que o chamou de analfabeto e grosseiro: — Como cantor, ele é excepcional.
Agora, como político, o Caetano nunca esteve do nosso lado. Então, não tenho o que reclamar se ele gosta ou não gosta de mim, porque ele acha (isso) ou aquilo de mim. Eu disse, noutro dia, que me vinguei do Caetano: no dia em que ele disse isso, cheguei em casa, peguei um CD do Chico Buarque, o Chico Político (“O Político”), e ouvi duas vezes, e lavei a minha alma.
O presidente Lula descartou ontem o fim do fator previdenciário, que evita aposentadorias precoces, em discussão no Congresso. O tema, disse, não pode ser alvo de “hipocrisia do ano eleitoral”.
Lula descarta o fim do fator previdenciário
"É hipocrisia", reagiu o presidente sobre a pressão da oposição por mudanças no cálculo das aposentadorias
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem a possibilidade de ceder à pressão da oposição pelo fim do fator previdenciário, fórmula usada desde 1999 para evitar as aposentadorias precoces.
Em entrevista a duas rádios baianas, ele disse que está disposto a negociar um acordo com as centrais sindicais, mas não admite que o assunto seja tratado com “hipocrisia” às vésperas de ano eleitoral.
— O que eu não posso, em sã consciência, é aprovar alguma coisa que seja, como diria o Magri, “incumprível”, porque todo mundo sabe que a gente só pode pagar a quantidade exata de dinheiro que você recolhe, aquilo que você tem no cofre — declarou.
Lula disse que, embora não vá prometer o que o governo não pode cumprir, se dispõe a encaminhar um projeto ao Congresso quando chegar ao consenso com as centrais: — Sou um homem de diálogo, amigo de todos eles. Não quero criar nenhum prejuízo a ninguém, mas não posso aceitar a hipocrisia do ano eleitoral. É inadmissível que as pessoas tentem tirar proveito e prometer coisas que não podem cumprir.
Isso a gente pode fazer quando não tem responsabilidade.
Quando tem responsabilidade, a gente tem que contar até dez. Eu tenho que tomar decisão antes de (contar até) dez, até porque só tenho nove dedos.
O presidente, ao comentar a campanha sucessória em 2010, disse que fez questão de convencer o PT “a parar com a brincadeira do terceiro mandato”.
— Porque se vale para mim terceiro mandato, vale para outro. Amanhã você tem o terceiro mandato; depois você gosta, você quer o quarto; depois você gosta, você quer o quinto; depois você gosta, você quer o sexto, e isso não é bom para o Brasil.
“Caetano nunca esteve do nosso lado” Lula disse que, se a oposição estivesse em seu lugar no governo, já teria levantado a tese do terceiro mandato: — Se a gente começa a colocar na cabeça “eu sou imprescindível, eu sou insubstituível”, começa a nascer um pequeno ditador.
Indagado se conseguirá, em 2010, transferir a sua popularidade para a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff, Lula disse que é muito importante “todo mundo saber” que ele quer a ministra como sua candidata à sucessão: — De vez em quando as pessoas falam: “Ah, mas a Dilma não é muito simpática”. Bom, tem adversário dela que é muito menos simpático do que ela. Então, se for por simpatia, ela já está eleita — ironizou.
O presidente procurou minimizar a polêmica com o cantor Caetano Veloso, que o chamou de analfabeto e grosseiro: — Como cantor, ele é excepcional.
Agora, como político, o Caetano nunca esteve do nosso lado. Então, não tenho o que reclamar se ele gosta ou não gosta de mim, porque ele acha (isso) ou aquilo de mim. Eu disse, noutro dia, que me vinguei do Caetano: no dia em que ele disse isso, cheguei em casa, peguei um CD do Chico Buarque, o Chico Político (“O Político”), e ouvi duas vezes, e lavei a minha alma.
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