DEU NA FOLHA DE S. PAULO
A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, rompeu a barreira dos 20% e reduziu para 14 pontos sua diferença ante o primeiro colocado, o governador José Serra (PSDB). Na pesquisa Datafolha com 11.429 entrevistas de 14 a 18 deste mês, Serra tem 37%, Dilma, 23%, Ciro Gomes (PSB), 13%, e Marina Silva (PV), 8%. A margem de erro é de dois pontos.
Dilma se consolida em 2º e reduz diferença para Serra
Tucano é líder isolado, com 37%, enquanto petista chega a 23% e se descola de Ciro
Sem Ciro, governador de SP tende a vencer no 1º turno; com saída de Heloísa Helena da disputa, a candidata de Lula e Marina crescem mais
Fernando Rodrigues
Brasília
A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, rompeu a barreira dos 20% e reduziu para 14 pontos sua diferença ante o primeiro colocado, o governador José Serra (PSDB). Na pesquisa Datafolha com 11.429 entrevistas de 14 a 18 deste mês, Serra tem 37%, Dilma, 23%, Ciro Gomes (PSB), 13%, e Marina Silva (PV), 8%. A margem de erro é de dois pontos.
Dilma se consolida em 2º e reduz diferença para Serra
Tucano é líder isolado, com 37%, enquanto petista chega a 23% e se descola de Ciro
Sem Ciro, governador de SP tende a vencer no 1º turno; com saída de Heloísa Helena da disputa, a candidata de Lula e Marina crescem mais
Fernando Rodrigues
Brasília
A pré-candidata do PT a presidente da República, Dilma Rousseff, consolidou-se como segunda colocada, rompeu a barreira dos 20 pontos percentuais em todos os cenários e reduziu para 14 pontos sua diferença em relação ao primeiro colocado isolado na disputa, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Em agosto, a diferença a favor do tucano variava de 19 a 25 pontos.
Esses são os principais resultados da pesquisa Datafolha realizada de 14 a 18 deste mês, com 11.429 entrevistas em todo o país. No cenário no qual quatro candidatos são apresentados como possíveis concorrentes, Serra fica com 37%, Dilma está com 23%, seguida de Ciro Gomes (PSB), com 13%, e de Marina Silva (PV), com 8%. Há 9% dos entrevistados que vão votar em branco ou nulo; 10% dizem estar indecisos.
Com esses quatro candidatos na disputa, haveria segundo turno se a eleição fosse hoje. A soma de Dilma, Ciro e Marina resulta em 44%. Ou seja, mais do que os 37% de Serra. Para ser eleito no primeiro turno, um candidato tem de ter pelo menos 50% mais um dos votos válidos (os dados aos candidatos, excluídos brancos e nulos).
Quando Ciro é retirado do processo, as coisas ficam mais fáceis para Serra. O tucano vai a 40%. Como Dilma pontua 26% e Marina atinge 11% (as duas somam 37%), haveria uma tendência de vitória do tucano na primeira rodada, marcada para 3 de outubro de 2010.
A última pesquisa Datafolha havia sido em agosto. Heloísa Helena (PSOL) aparecia em todos os cenários, mas ela anunciou que ficará fora da disputa para apoiar Marina. Em um dos cenários de então, Heloísa tinha 12%. Serra pontuava 36%, Dilma tinha 17%, Ciro estava com 14% e Marina com 3%.
É errado comparar o levantamento deste mês com o de agosto. Os cenários apresentados ao eleitor são diferentes. Feita a ressalva, é necessário registrar que Dilma melhorou seu desempenho acima da margem de erro em qualquer combinação de candidatos.
Em agosto, a petista pontuava de 16% a 24%, conforme o cenário pesquisado. Agora, seus percentuais vão de 23% a 31%. Serra variava de 36% a 44%. Agora, de 37% a 40%.
Com a saída de Heloísa, quem mais cresceu foram Dilma e Marina (5 pontos), que deve ter seu apoio. Mas não é possível aferir exatamente para quem se deu a transferência dos votos da ex-senadora. Ciro Gomes oscilou um ponto para baixo e Serra, um ponto para cima. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Também deve ser considerado o fato de a pesquisa Datafolha ter sido realizada em seguida a uma bateria de comerciais no rádio e na TV do PSDB e do PT. Os tucanos apresentaram seu programa partidário no dia 3. Os petistas apareceram no dia 10. Os dois partidos também tiveram inserções curtas neste mês.
"A diferença é que o PT apresentou sua candidata, Dilma Rousseff, explicitando o apoio a ela por parte do presidente Lula. Já o PSDB dividiu seu programa entre dois pré-candidatos, José Serra e Aécio Neves", diz Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
Na semana passada, depois de ter usado metade das propagandas do PSDB, Aécio Neves anunciou que estava deixando a disputa. Como o Datafolha foi a campo antes do anúncio, o nome do mineiro aparece em dois dos quatro cenários.
Num cenário com Ciro, Aécio fica em terceiro, com 16%. Sem ele, Dilma lidera com 31% e Aécio vem em segundo, com 19%, mas empatado na margem de erro com Marina (16%).
Em agosto, quando o Datafolha indagava aos pesquisados para que respondessem de maneira espontânea _sem ver uma lista de nomes_ em quem desejavam votar em 2010, o presidente Lula liderava com folga: 27%. Serra era citado por 6%. Dilma por apenas 3%.
Agora, houve uma mudança. Mesmo impedido pela Constituição de ser candidato (já disputou uma reeleição e está no segundo mandato), Lula ainda lidera, mas sua taxa é de 20%. Serra tem 8%, exatamente o mesmo percentual de Dilma.
"Esse dado é relevante porque mostra que o eleitor talvez esteja percebendo que Lula não é candidato. E como Dilma mais do que dobrou o seu percentual, saindo de 3% para 8%, talvez muitos já a identifiquem como sendo o nome apoiado por Lula", diz Mauro Paulino.
Quando se observa um corte da pesquisa nos Estados, nota-se que Serra tem seu melhor desempenho no Estado que governa: em São Paulo, tem 47%, contra 18% de Dilma. Já a petista é mais forte na Bahia, onde aparece à frente do tucano, com 34% contra 30%.
Numa análise combinada sobre voto e renda do eleitor, Dilma ainda não consegue replicar a força histórica de Lula entre os mais pobres. No grupo de eleitores que ganham até dois salários mínimos, a petista tem 23% das preferências. Já entre os com renda acima de dez mínimos, é a preferida por 30%. Para Serra, os percentuais são 35% e 38%, respectivamente.
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