Associated Press e Efe
Cerca de 100 mil pessoas protestaram antes da reunião das autoridades; participação de ONGs sofre restrição
COPENHAGUE - Ministros de Meio Ambiente de todo o mundo estão chegando à conferência em Copenhague sobre mudança climática neste sábado, 12, e terão alguns dias para trabalhar num acordo, antes que mais de 100 chefes de Estado e governo cheguem à capital dinamarquesa, o que deve ocorrer no final da próxima semana.
Enquanto isso, cerca de 100 mil manifestantes se concentraram perto do Parlamento dinamarquês, neste sábado, 12, para pedir à comunidade internacional que chegue a um acordo justo que permita salvar o planeta. A manifestação, apoiada por mais de 500 organizações de 67 países, percorreu seis quilômetros, da praça do Parlamento até o centro de convenções onde acontece a conferência promovida pela ONU, que termina no próximo dia 18.
Para as ruas frias ao redor do prédio onde ocorre a conferência, a polícia deslocou tropas extras, que observaram milhares de manifestantes que se aglomeram desde o início da manhã. No final da manifestação, esse contingente entrou em ação contra protestantes que começaram a jogar pedras no Ministério de Assuntos Exteriores e na Bolsa. Cerca de 400 foram presos.
"Durante toda a semana nós ouvimos uma série de desculpas de países do norte para a crise ecológica que provocaram", afirmou Lidy Nacpil, do Jubileu da Coalizão do Sul. "Estamos tomando as ruas para exigir que a dívida ecológica seja paga para as pessoas do sul", disse ela em comunicado.
Por enquanto, as promessas de redução de gases de efeito estufa estão muito abaixo do que os cientistas dizem ser necessário para evitar que as temperaturas subam para níveis potencialmente catastróficos.
Um acordo preliminar foi apresentado na sexta, mas ele não traz números específicos sobre o financiamento. O esboço diz apenas que todos os países juntos devem reduzir as emissões entre 50% e 95% até 2050, e que países ricos devem diminuir as emissões entre 25% e 40% até 2020, tomando como base, em ambos os casos, os níveis de 1990.
O rascunho deixa em aberto a forma de acordo, que poderia vir sob a forma de um documento legal ou de uma declaração política.
Ian Fry, representante da pequena ilha de Tuvalu, localizada no Oceano Pacífico, fez um apelo emocionado em favor de um formato mais forte, que legalmente obrigue todos os países a se comprometerem com o controle das emissões. Ele pediu ao presidente dos EUA, Barack Obama, que aproveite o Prêmio Nobel da Paz recebido esta semana e assuma a luta contra a mudança climática, que chamou de "a maior ameaça para a humanidade".
Todd Stern, enviado especial dos EUA para a conferência, disse que o texto do acordo apresentado ontem é "construtivo", mas destacou que a seção sobre a ajuda aos países pobres é "desequilibrada". Ele disse que as exigências sobre os países industrializados são mais rígidas do que as dos países em desenvolvimento e que a seção "não é base para negociações".
Grupos ambientais saudaram o texto como um avanço, mas lamentaram a falta do que consideram elementos essenciais. O acordo preliminar, elaborado por Michael Zammit Cutajar, de Malta, afirma que as emissões globais de gases de efeito estufa devem atingir um pico "assim que possível", mas não chega a citar um ano como meta. O texto pede novo financiamento nos próximos três anos dos países ricos para que os mais pobres se adaptem à mudança climática, mas não menciona números. Além disso, o texto não traz propostas específicas sobre a ajuda no longo prazo.
Restrições a ONGs
A organização da cúpula anunciou que a partir de terça-feira, devido ao excesso de participantes, vai restringir o número de ativistas de ONGs que entram diariamente na conferência.
"Por motivos de segurança, a capacidade do Bella Center está limitada a 15 mil pessoas. A secretaria esteve acompanhando o nível de acessos ao evento, que está se aproximando progressivamente do limite", destaca uma nota dos organizadores, que afirmam que a ONU registrou aproximadamente 30.000 pessoas para a cúpula, 14.000 das quais seriam de diferentes ONGs.
Por conta disso, as restrições serão aplicadas a estas instituições e também a organizações intergovernamentais (OIG).
Para entrar na conferência, a partir de terça-feira representantes de ONGs e OIGs terão de apresentar uma credencial com foto, entregue a todos os participantes, e um segundo cartão de identificação.
A organização destinará a cada ONG uma determinada cota de novas autorizações de acesso.
Quando este teto for alcançado, nenhum outro representante daquela entidade poderá entrar na cúpula.
Cerca de 100 mil pessoas protestaram antes da reunião das autoridades; participação de ONGs sofre restrição
COPENHAGUE - Ministros de Meio Ambiente de todo o mundo estão chegando à conferência em Copenhague sobre mudança climática neste sábado, 12, e terão alguns dias para trabalhar num acordo, antes que mais de 100 chefes de Estado e governo cheguem à capital dinamarquesa, o que deve ocorrer no final da próxima semana.
Enquanto isso, cerca de 100 mil manifestantes se concentraram perto do Parlamento dinamarquês, neste sábado, 12, para pedir à comunidade internacional que chegue a um acordo justo que permita salvar o planeta. A manifestação, apoiada por mais de 500 organizações de 67 países, percorreu seis quilômetros, da praça do Parlamento até o centro de convenções onde acontece a conferência promovida pela ONU, que termina no próximo dia 18.
Para as ruas frias ao redor do prédio onde ocorre a conferência, a polícia deslocou tropas extras, que observaram milhares de manifestantes que se aglomeram desde o início da manhã. No final da manifestação, esse contingente entrou em ação contra protestantes que começaram a jogar pedras no Ministério de Assuntos Exteriores e na Bolsa. Cerca de 400 foram presos.
"Durante toda a semana nós ouvimos uma série de desculpas de países do norte para a crise ecológica que provocaram", afirmou Lidy Nacpil, do Jubileu da Coalizão do Sul. "Estamos tomando as ruas para exigir que a dívida ecológica seja paga para as pessoas do sul", disse ela em comunicado.
Por enquanto, as promessas de redução de gases de efeito estufa estão muito abaixo do que os cientistas dizem ser necessário para evitar que as temperaturas subam para níveis potencialmente catastróficos.
Um acordo preliminar foi apresentado na sexta, mas ele não traz números específicos sobre o financiamento. O esboço diz apenas que todos os países juntos devem reduzir as emissões entre 50% e 95% até 2050, e que países ricos devem diminuir as emissões entre 25% e 40% até 2020, tomando como base, em ambos os casos, os níveis de 1990.
O rascunho deixa em aberto a forma de acordo, que poderia vir sob a forma de um documento legal ou de uma declaração política.
Ian Fry, representante da pequena ilha de Tuvalu, localizada no Oceano Pacífico, fez um apelo emocionado em favor de um formato mais forte, que legalmente obrigue todos os países a se comprometerem com o controle das emissões. Ele pediu ao presidente dos EUA, Barack Obama, que aproveite o Prêmio Nobel da Paz recebido esta semana e assuma a luta contra a mudança climática, que chamou de "a maior ameaça para a humanidade".
Todd Stern, enviado especial dos EUA para a conferência, disse que o texto do acordo apresentado ontem é "construtivo", mas destacou que a seção sobre a ajuda aos países pobres é "desequilibrada". Ele disse que as exigências sobre os países industrializados são mais rígidas do que as dos países em desenvolvimento e que a seção "não é base para negociações".
Grupos ambientais saudaram o texto como um avanço, mas lamentaram a falta do que consideram elementos essenciais. O acordo preliminar, elaborado por Michael Zammit Cutajar, de Malta, afirma que as emissões globais de gases de efeito estufa devem atingir um pico "assim que possível", mas não chega a citar um ano como meta. O texto pede novo financiamento nos próximos três anos dos países ricos para que os mais pobres se adaptem à mudança climática, mas não menciona números. Além disso, o texto não traz propostas específicas sobre a ajuda no longo prazo.
Restrições a ONGs
A organização da cúpula anunciou que a partir de terça-feira, devido ao excesso de participantes, vai restringir o número de ativistas de ONGs que entram diariamente na conferência.
"Por motivos de segurança, a capacidade do Bella Center está limitada a 15 mil pessoas. A secretaria esteve acompanhando o nível de acessos ao evento, que está se aproximando progressivamente do limite", destaca uma nota dos organizadores, que afirmam que a ONU registrou aproximadamente 30.000 pessoas para a cúpula, 14.000 das quais seriam de diferentes ONGs.
Por conta disso, as restrições serão aplicadas a estas instituições e também a organizações intergovernamentais (OIG).
Para entrar na conferência, a partir de terça-feira representantes de ONGs e OIGs terão de apresentar uma credencial com foto, entregue a todos os participantes, e um segundo cartão de identificação.
A organização destinará a cada ONG uma determinada cota de novas autorizações de acesso.
Quando este teto for alcançado, nenhum outro representante daquela entidade poderá entrar na cúpula.
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