DEU NO JORNAL DO BRSIL
Vai finalmente começar a ser resolvido neste fim de semana o impasse dos vices que emperraram a campanha eleitoral, tanto do lado do governo quanto da oposição. Tudo começou quando o presidente Lula precipitou o jogo da sucessão para se livrar dos boatos sobre terceiro mandato. Indicou a ministra Dilma Rousseff e ficou por conta da candidatura. Virou o jogo mas deixou a candidata sem parceiro. Não resolveu o assunto com o PMDB, que não abriu mão da oportunidade de ter, pelo menos, o vice. Sem vices, nada feito.
Candidaturas e providências continuam precedidas do prefixo para disfarçar a suspeita de operações eleitorais. Só há pré-candidatos. A questão do vice é a última carta de que o diabo dispõe. A oposição espreguiçou-se para sacudir a modorra e empurrou o governador José Serra, com a ressalva de pré-candidato, para o palco onde um novo dossiê, devidamente aportuguesado, mostra que nada mudou para valer. O PMDB ofereceu seu presidente, mas o PT nem mugiu. Lula insiste na lista tríplice e no seu direito de escolher. No PSDB, a ideia de que Aécio Neves pudesse resignar-se a ser vice foi amadorismo. Para quem, como governador de Minas, figurou como candidato a presidente, em igualdade de condições com o governador de São Paulo, prêmio de consolação é pouco.
Falou-se no PSDB, mas apenas por falar, numa iniciativa mais alta do que lance político, uma solução histórica: o convite à ministra Ellen Grace para dignificar a sucessão como vice na chapa da oposição. É inacreditável que seja mais fácil no Brasil escolher candidatos a presidente, governadores e prefeitos do que alcançar consenso em relação ao vice. A rigor, não há Vice-Presidência, mas apenas vice-presidente.
No início da campanha, sob expectativas desencontradas, um diagnóstico médico lançou sobre a pré-candidata Dilma Rousseff a sombra de uma dúvida que, até ser afastada clinicamente, paralisou o andor. A reserva de candidatura de Lula para 2014 tem a mesma geometria do lembrete com que o presidente bossa nova comunicou aos cidadãos, na inauguração de Brasília, a disposição de se candidatar no futuro: JK 65. O presidente era imbatível em eleição, mas não havia reeleição e, em 1965, já não houve nem mesmo a eleição com que JK contava.
Em 1960, a eleição do vice João Goulart foi o lastro com que o eleitorado quis contrabalançar o risco de eleger Jânio Quadros. Era a primeira vez que se elegeriam presidente e vice de chapas diferentes. E também a última. Foi assim que, por não haver reeleição, Jânio Quadros desapertou para a direita.
Certo de que recairia sobre Jango o veto dos ministros militares, encaminhou ao Congresso a carta de renúncia e esperou a consequência (que não viria, porque o pedido foi atendido no ato).
Vai finalmente começar a ser resolvido neste fim de semana o impasse dos vices que emperraram a campanha eleitoral, tanto do lado do governo quanto da oposição. Tudo começou quando o presidente Lula precipitou o jogo da sucessão para se livrar dos boatos sobre terceiro mandato. Indicou a ministra Dilma Rousseff e ficou por conta da candidatura. Virou o jogo mas deixou a candidata sem parceiro. Não resolveu o assunto com o PMDB, que não abriu mão da oportunidade de ter, pelo menos, o vice. Sem vices, nada feito.
Candidaturas e providências continuam precedidas do prefixo para disfarçar a suspeita de operações eleitorais. Só há pré-candidatos. A questão do vice é a última carta de que o diabo dispõe. A oposição espreguiçou-se para sacudir a modorra e empurrou o governador José Serra, com a ressalva de pré-candidato, para o palco onde um novo dossiê, devidamente aportuguesado, mostra que nada mudou para valer. O PMDB ofereceu seu presidente, mas o PT nem mugiu. Lula insiste na lista tríplice e no seu direito de escolher. No PSDB, a ideia de que Aécio Neves pudesse resignar-se a ser vice foi amadorismo. Para quem, como governador de Minas, figurou como candidato a presidente, em igualdade de condições com o governador de São Paulo, prêmio de consolação é pouco.
Falou-se no PSDB, mas apenas por falar, numa iniciativa mais alta do que lance político, uma solução histórica: o convite à ministra Ellen Grace para dignificar a sucessão como vice na chapa da oposição. É inacreditável que seja mais fácil no Brasil escolher candidatos a presidente, governadores e prefeitos do que alcançar consenso em relação ao vice. A rigor, não há Vice-Presidência, mas apenas vice-presidente.
No início da campanha, sob expectativas desencontradas, um diagnóstico médico lançou sobre a pré-candidata Dilma Rousseff a sombra de uma dúvida que, até ser afastada clinicamente, paralisou o andor. A reserva de candidatura de Lula para 2014 tem a mesma geometria do lembrete com que o presidente bossa nova comunicou aos cidadãos, na inauguração de Brasília, a disposição de se candidatar no futuro: JK 65. O presidente era imbatível em eleição, mas não havia reeleição e, em 1965, já não houve nem mesmo a eleição com que JK contava.
Em 1960, a eleição do vice João Goulart foi o lastro com que o eleitorado quis contrabalançar o risco de eleger Jânio Quadros. Era a primeira vez que se elegeriam presidente e vice de chapas diferentes. E também a última. Foi assim que, por não haver reeleição, Jânio Quadros desapertou para a direita.
Certo de que recairia sobre Jango o veto dos ministros militares, encaminhou ao Congresso a carta de renúncia e esperou a consequência (que não viria, porque o pedido foi atendido no ato).
As consequências implícitas se explicitaram. É sempre assim.
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