No PSDB, Guerra começa a transferir comando para Aécio
Gustavo Uribe
COMANDATUBA (BA) e RECIFE - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já considera difícil de se evitar o lançamento da candidatura do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, ao Palácio do Planalto em 2014. Em conversas com aliados nos últimos dias, o líder do PT reclamou que Campos tem exagerado nas críticas ao governo federal. O governador de Pernambuco elevou ainda mais o tom na propaganda partidária do PSB, que foi ao ar na última quinta-feira. Para Lula, o programa de TV, em que Campos citou problemas enfrentados pela administração de Dilma Rousseff, afastou-o mais do projeto de reeleição da presidente, em 2014.
O comando petista também acredita que a candidatura de Campos é irreversível. No programa, ele afirmou que o PSB é quem dará o passo adiante de que o país precisa. A declaração foi interpretada por líderes do PT como um sinal claro de rompimento com a base aliada do governo. As críticas acenderam sinal vermelho no Palácio do Planalto e têm levado petistas a defender que o PSB perca os cargos que tem no governo federal.
Para o comando do PT, contudo, ainda é cedo para tomar decisões extremas, que possam ser usadas como munição eleitoral de Campos contra Dilma.
- Se o PSB for retirado da Esplanada dos Ministérios, Campos poderá alegar que foi o PT quem o forçou a entrar na disputa eleitoral. É mais favorável ao PT que ele decida sair sozinho - afirmou um dirigente petista.
Lula pretende convencer Campos de que seria arriscado para ele entrar numa disputa eleitoral, pois não haveria espaço no campo da esquerda para mais uma candidatura.
Ontem, em Recife, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, assumiu a direção do partido no estado, já se preparando para entregar o comando geral da sigla ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência, no próximo dia 16, data da convenção nacional.
Guerra disse que o objetivo é fazer Aécio "mais conhecido por todas as áreas do Brasil". Além disso, mostrar ainda em 2013, como Campos vem fazendo, que o senador mineiro também está na disputa.
Segundo Guerra, é salutar para o país ter um número maior de pretendentes ao Planalto, e reconheceu que as duas pré-candidaturas vão dificultar a reeleição de Dilma:
- A candidatura de Campos é boa para o Brasil. Se ela favorece ou não o PSDB, é outro assunto, e isso não é tão importante. Não será fácil para a Dilma enfrentar Aécio no Sudeste e Eduardo no Nordeste.
Fonte: O Globo
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