Partido trabalhista ocupará um ministério no governo federal e contará com presidenta no palanque do senador petebista Armando Monteiro ao governo de Pernambuco. Expectativa é eleger 35 deputados federais
Eduardo Miranda
Líderes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) se reuniram com o presidente nacional do PT, o deputado estadual Rui Falcão, para um acordo, onde ficou decidido que a legenda apoiará a reeleição da presidenta Dilma Rousseff e, em troca, receberá um ministério num eventual segundo mandato. Presidente do diretório do partido em São Paulo, o deputado estadual Campos Machado disse que o ministério a ser ocupado pelo partido é fruto da unidade que o PTB vem tentando criar em torno de um apoio unânime à reeleição da presidenta.
“A conversa com Rui Falcão só aconteceria no final de janeiro, mas ela acabou sendo adiantada, porque acredito que há um interesse das duas partes em relação a uma aliança nacional. É importante, também, ressaltar que o nosso partido é muito forte em São Paulo e, portanto, necessário na campanha da presidenta Dilma”. Na prática, porém, a coalizão em torno da reeleição de Dilma não é a única frente do PTB nas eleições de outubro. No nível estadual, o partido trabalhista apoiará a reeleição do governador Geraldo Alckmin, de quem o próprio Machado já foi vice em candidaturas anteriores.
Dessa vez, porém, o deputado quer emplacar o nome de sua mulher, Marlene Campos Machado, como vice na chapa encabeçada por Alckmin. A contrapartida para não desagradar a cúpula do PT com o enfraquecimento dos palanques para a presidenta no estado mais importante do Brasil é promover eventos públicos pelo interior paulista. “Mesmo reconhecendo que nosso compromisso político aqui é com Geraldo Alckmin, faremos eventos de apoio à presidenta. Não temos nenhum acordo com Aécio Neves (pré-candidato do PSDB à presidência). Nosso compromisso é coma Dilma”, contemporizou o deputado paulista.
Em Pernambuco, a situação é mais confortável para ambos os lados da aliança PT-PTB. Nas pesquisas mais recentes de intenção de voto do estado do presidenciável e atual governador Eduardo Campos (PSB), quem desponta na liderança é o senador petebista Armando Monteiro, que estará no mesmo palanque da presidenta. Monteiro admitiu que não está acompanhando as conversas entre os dois partidos nos estados, mas confirmou que o palanque único com a presidenta está garantido no primeiro turno das eleições.
Nome de liderança nacional, o senador afirmou que, em linhas gerais, a campanha nacional do seu partido não deve apresentar muitas divergências em relação às políticas do governo federal. “Sempre nos posicionamos com independência em relação ao governo. A marca forte e histórica do partido é trabalhista. Eu me alinho à renovação dessas bandeiras, que consideram as transformações do mundo e do ambiente de trabalho. Temos poucos pontos de divergência em relação ao governo petista, como o projeto do trem bala e a questão tributária, mas, de um modo geral, não há grandes divergências”, analisou o senador.
Monteiro diz, ainda, que não acredita num possível mal estar gerado entre os partidos aliados por conta das reivindicações públicas do PMDB por mais espaço no governo. “Cada partido reclama legitimamente o seu espaço. O PTB reivindica a ampliação dos espaços no governo e isso, às vezes, pode gerar algum conflito, mas é mais por uma dificuldade de acomodação. A base aliada é muito ampla”, argumenta o senador.
No Congresso, o PTB — que conta com7 senadores e 18 deputados em exercício, além de 2 suplentes, 2 licenciados e um que renunciou para assumir cargo majoritário no Executivo — tem expectativa de eleger, nas eleições de outubro, entre 35 e 40 parlamentares para a Câmara e manter o número de cadeiras no Senado.
Fonte: Brasil Econômico
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