• Na avaliação de tucanos e democratas, crescimento da candidata nas pesquisas foi alavancada pela comoção com a morte de Eduardo Campos
Maria Lima – O Globo
SALVADOR - Em reunião com lideranças do Nordeste em Salvador, o candidato do PSDB, Aécio Neves, avaliou a candidatura de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial, tomando o cuidado de não atacar a adversária. Coordenadores de campanha, governadores, prefeitos e candidatos locais consideram poder se valer da desconfiança na capacidade da ex-ministra do Meio Ambiente na gestão do país em um momento de crise para angariar votos. Ainda assim, pisam em ovos na redefinição das estratégias. Na visão de tucanos e democratas, Marina seria “o PT clorofilado”, o que, com o tempo, ela própria deixaria claro na campanha.
Por isso, a estratégia adotada no encontro foi a de confrontar o discurso da candidata do PSB à “capacidade de trabalho” de Aécio Neves, que na ocasião lançou o “Plano Nordeste”, um conjunto de 45 ações para a região que ele pretende implementar se for eleito.
- Neste momento é necessário, fundamental e indispensável a conexão com a realidade. Vamos sonhar juntos, mas nós é que temos as condições de transformar o sonho em realidade, que temos os melhores projetos para o país - discursou Aécio.
Na avaliação das lideranças do Nordeste, o crescimento de Marina nas intenções de votos se deve à comoção pela morte de Eduardo Campos.
- Marina virou santa. Com a exposição que teve no enterro de Eduardo, e que continua tendo na mídia, nem o Papa Francisco. Quando ela voltar para o nível dos mortais, vamos ver como fica o quadro. Agora tem que ter muito cuidado e trabalhar muito, não tem como chegar - avaliou o candidato ao Senado pelo Ceará, o ex-senador Tasso Jereissatti.
Tucanos e democratas acreditam que as desavenças dentro do PSB e entre os partidos coligados é um dos pontos fracos da candidatura da ambientalista, que ainda deve explicações sobre jatinho que vitimou Eduardo sem registro no TSE.
- Todos os homens públicos tem que estar preparados para responder sobre tudo, a qualquer tipo de indagação. Esse é um problema que o PSB vai ter que responder - afirmou Aécio.
- Se o caso do avião pegar em Eduardo, pega em Marina também - acrescentou Tasso.
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