• Petistas vão receber nota que contesta denúncia do Ministério Público
Sérgio Roxo - O Globo
SÃO PAULO - O Diretório Nacional do PT decidiu orientar os candidatos a prefeito do partido nas grandes cidades a ler no horário eleitoral uma nota de apoio ao ex-presidente Lula, que foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem de dinheiro na última quarta-feira no âmbito da Lava-Jato. O partido também decidiu que vai realizar atos de solidariedade a Lula pelo país.
— Vamos recomendar a todos os nossos candidatos das capitais e das cidades que têm segundo turno que leiam uma nota de solidariedade ao Lula e de denúncia do golpe continuado — disse ontem o presidente do PT, Rui Falcão, após reunião da direção do partido.
Segundo o dirigente, a nota de 30 segundos será redigida neste final de semana e enviada para as campanhas.
— Não vamos ficar discutindo com cada candidato. Vamos remeter a nota e dizer que essa é uma orientação do Diretório Nacional.
Falcão afirmou, porém, que não será obrigação ler o material produzido. Candidatos do PT pelo país tem escondido o símbolo e as cores da legenda. Um dos candidatos que fez isso foi o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que disputa a reeleição. Principal cabo eleitoral em 2012, Lula ainda não apareceu este ano na campanha do candidato do partido em São Paulo.
— Vocês têm observado que as pessoas não tem colocado a estrela do PT. Estamos numa disputa eleitoral. Tem visões diferentes a respeito disso. Não há como obrigar — disse Falcão.
Haddad vai aderir
O coordenador da campanha de Haddad, Paulo Fiorilo, afirmou que a campanha fará a defesa de Lula na televisão, mas a forma não foi definida.
— O Lula sempre teve espaço no programa de TV do Haddad e continuará tendo. A decisão de como usar a nota produzida pelo PT vai ser construída conjuntamente — disse.
Em resolução divulgada ontem, o PT diz que “os ataques contra Lula configuram um movimento orquestrado de perseguição”. “O que pretendem as elites é incriminar Lula, ilegalizar o PT e destruir a esquerda para realizar, sem a sustentação dos votos, um dos mais regressivos e selvagens programas de orientação neoliberal”, afirma o documento.
Na reunião do Diretório Nacional, encerrada ontem, o PT também decidiu antecipar do segundo para o primeiro semestre do ano que vem a escolha da nova direção do partido. Há divergência, porém, sobre a forma de fazer a eleição. As alas de esquerda querem o fim do processo de eleição direta interna. O grupo majoritário quer manter o formato atual. Rui Falcão está disposto a aceitar antecipar a sua saída do cargo.
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