sexta-feira, 13 de julho de 2018

Alckmin conversa com dirigentes do PP

Tucano tenta atrair partido que está mais próximo de Ciro Gomes

Cristiane Jungblut | O Globo

-BRASÍLIA- Em um movimento para tentar atrair o PP para sua candidatura, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, ampliou sua agenda de conversas com parlamentares e lideranças do partido. O presidenciável tucano se encontrou com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), na quarta-feira e ainda tratou de eleições com o deputado Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde, que comanda o partido no Paraná.

Ao tentar convencer os caciques do PP, Alckmin quer esvaziar as negociações do partido com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. É o que os tucanos têm definido como um “tiro duplo”. Se fechar com o PP, Alckmin tira um potencial aliado importante do pedetista e ainda amplia seu poderio eleitoral, com 50 segundos a mais de tempo de TV.

Dentro do bloco de partidos (DEM, PP, PRB e Solidariedade) que tem conversado sobre um rumo comum a seguir nas eleições, o PP é o maior defensor de uma aliança com Ciro Gomes. O tucano sabe que o senador do Piauí pensa em fechar com o pedetista, mais bem posicionado eleitoralmente no Nordeste. No encontro com Ciro Nogueira, o tucano apelou até para a sogra do parlamentar, a ex-deputada Miriam Portela, uma das fundadoras do PSDB.

— Disse ao Ciro que tenho uma grande aliada. A sogra dele, dona Miriam, foi deputada comigo e é minha amiga há 30 anos. Falei para ele: sogra se respeita — disse Alckmin.

O tucano intensificou as articulações políticas porque o prazo para as definições de alianças está se esgotando. Neste sábado, o bloco terá novo encontro em São Paulo. Os partidos tomarão sua decisão sobre quem apoiar em duas reuniões, sendo a primeira amanhã e a outra em Brasília, na terça ou quarta-feira da próxima semana. O grupo espera para segunda-feira uma resposta do ex-deputado Valdemar Costa Neto sobre o rumo do PR na corrida eleitoral. O PR avalia se aliar ao pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, fechar com o PT ou seguir o bloco.

Na manhã de quarta-feira, o chefe do PR recebeu em Brasília dois dos principais líderes do PT, o ex-ministro Jaques Wagner e o governador do Piauí, Wellington Dias. A conversa sigilosa na sede do PR durou mais de duas horas e serviu para Valdemar discutir com os petistas as possibilidades de composição nas eleições. Em outra frente, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi até o presidente da Coteminas, Josué Gomes, filiado ao PR.

Segundo relato de Valdemar a partidos do bloco, Josué disse à presidente do PT que não aceitaria ser vice “de alguém que não vai ser candidato”, em referência ao fato de o PT insistir em registrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato, mesmo ele sendo considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Desde a semana passada, o PR vem sendo aconselhado por dirigentes dos partidos do bloco a não se aliar a Bolsonaro e aderir ao projeto do grupo, que busca uma aliança com Ciro Gomes ou Alckmin.

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