TUCANOS NA ELEIÇÃO
Marcos Coimbra
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Salvo se algo muito extraordinário acontecer, sairá do PSDB o principal candidato de oposição ao nome que representará, em 2010, a continuidade do atual governo
Pesquisas de intenção de voto, feitas agora, costumam dizer pouco. Nas eleições em que predomina o desconhecimento sobre os candidatos, são quase inúteis. Naquelas em que existe maior informação sobre quem está no páreo, ajudam bem, conseguindo até antecipar resultados, mesmo a uma distância tão grande da eleição como a que estamos agora.
Com essas cautelas em mente, podemos considerar o que as atuais pesquisas permitem dizer sobre o desempenho do PSDB nas eleições de outubro. Sabendo que teremos que sempre atualizar as avaliações, à medida que nos aproximarmos delas, fazer esse exercício pode nos ajudar a identificar onde devemos concentrar a atenção no desenrolar do processo.
Salvo se algo muito extraordinário acontecer, sairá do PSDB o principal candidato de oposição ao nome que representará, em 2010, a continuidade do atual governo. Quanto a se esse será do PT ou de outro arranjo partidário, é muito cedo para dizer. Hoje, a chance maior é que venha mesmo do partido de Lula.
No campo oposto, parece improvável que surja alguma candidatura viável vinda de outro partido que não o PSDB. Nenhum dos outros que estão na oposição tem nomes com perspectivas maiores que os tucanos.
Pensemos nas chances do PSDB nas eleições de prefeito nas 10 principais capitais estaduais, a partir das quais se fará o “balanço das urnas” em outubro.
Começando pelo Sul, o PSDB tem uma candidatura sem qualquer perspectiva em Porto Alegre e uma vitória segura em Curitiba, tão certas quanto se podem considerar eleições a esta altura. O malogro da candidatura tucana em Porto Alegre não tem nada a ver com os problemas da governadora Yeda Crusius, pois sempre foi uma eleição polarizada entre a reeleição de José Fogaça e as três (ou duas) candidaturas de mulheres de esquerda.
Em Curitiba, o prefeito Beto Richa pode ser o campeão de votos nas capitais, coroando uma administração aprovada quase por consenso. Com ele, ganha um PSDB de sangue novo.
Passando ao Norte, o PSDB não encabeça chapa majoritária nem em Belém, nem em Manaus. Especialmente no Pará, aonde chegou ao governo por duas vezes, não se pode dizer que é muito. No Amazonas, base eleitoral de uma das lideranças mais exuberantes do partido, o senador Arthur Virgílio, o desempenho só não é pior que em 2004, quando o filho do senador mal passou de 3% ao disputar a prefeitura da capital.
Nas três maiores cidades do Nordeste, o PSDB só tem candidato próprio em Salvador, onde, aliás, tem chance real de vitória, mesmo em uma eleição tão disputada como deve ser a da capital baiana. Em Recife e em Fortaleza, os tucanos apóiam candidaturas de outros partidos, o que chega a ser surpreendente, pois a primeira é a base eleitoral do presidente da sigla e a segunda a sede de um dos mais influentes núcleos regionais do PSDB.
Restam Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, os três principais colégios eleitorais do país. No Rio, onde venceu eleições majoritárias no passado, o PSDB não tem candidato a prefeito e integra a chapa de Fernando Gabeira.
A respeito de São Paulo, todos sabem: o PSDB tem grande chance de vitória, com Alckmin, com reflexos ainda pouco claros sobre 2010. O próprio ex-governador, vencendo, sai da corrida para indicação do candidato a presidente. Perdendo, mais ainda. Serra já perdeu, qualquer que seja o vitorioso. A dúvida é quanto essa derrota vai repercutir em sua declarada intenção de ser o candidato de seu partido.
Em Belo Horizonte, um paradoxo: o PSDB optou por não ter candidato, mas o governador Aécio Neves tem tudo para ser o grande vitorioso, dentro do PSDB, na eleição deste ano. Para isso, basta que o candidato do PSB, que apóia, confirme, nas urnas, o prognóstico de quem entende de política mineira.
Com Aécio e Beto Richa, o PSDB muda de geração e de geografia.
Marcos Coimbra
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Salvo se algo muito extraordinário acontecer, sairá do PSDB o principal candidato de oposição ao nome que representará, em 2010, a continuidade do atual governo
Pesquisas de intenção de voto, feitas agora, costumam dizer pouco. Nas eleições em que predomina o desconhecimento sobre os candidatos, são quase inúteis. Naquelas em que existe maior informação sobre quem está no páreo, ajudam bem, conseguindo até antecipar resultados, mesmo a uma distância tão grande da eleição como a que estamos agora.
Com essas cautelas em mente, podemos considerar o que as atuais pesquisas permitem dizer sobre o desempenho do PSDB nas eleições de outubro. Sabendo que teremos que sempre atualizar as avaliações, à medida que nos aproximarmos delas, fazer esse exercício pode nos ajudar a identificar onde devemos concentrar a atenção no desenrolar do processo.
Salvo se algo muito extraordinário acontecer, sairá do PSDB o principal candidato de oposição ao nome que representará, em 2010, a continuidade do atual governo. Quanto a se esse será do PT ou de outro arranjo partidário, é muito cedo para dizer. Hoje, a chance maior é que venha mesmo do partido de Lula.
No campo oposto, parece improvável que surja alguma candidatura viável vinda de outro partido que não o PSDB. Nenhum dos outros que estão na oposição tem nomes com perspectivas maiores que os tucanos.
Pensemos nas chances do PSDB nas eleições de prefeito nas 10 principais capitais estaduais, a partir das quais se fará o “balanço das urnas” em outubro.
Começando pelo Sul, o PSDB tem uma candidatura sem qualquer perspectiva em Porto Alegre e uma vitória segura em Curitiba, tão certas quanto se podem considerar eleições a esta altura. O malogro da candidatura tucana em Porto Alegre não tem nada a ver com os problemas da governadora Yeda Crusius, pois sempre foi uma eleição polarizada entre a reeleição de José Fogaça e as três (ou duas) candidaturas de mulheres de esquerda.
Em Curitiba, o prefeito Beto Richa pode ser o campeão de votos nas capitais, coroando uma administração aprovada quase por consenso. Com ele, ganha um PSDB de sangue novo.
Passando ao Norte, o PSDB não encabeça chapa majoritária nem em Belém, nem em Manaus. Especialmente no Pará, aonde chegou ao governo por duas vezes, não se pode dizer que é muito. No Amazonas, base eleitoral de uma das lideranças mais exuberantes do partido, o senador Arthur Virgílio, o desempenho só não é pior que em 2004, quando o filho do senador mal passou de 3% ao disputar a prefeitura da capital.
Nas três maiores cidades do Nordeste, o PSDB só tem candidato próprio em Salvador, onde, aliás, tem chance real de vitória, mesmo em uma eleição tão disputada como deve ser a da capital baiana. Em Recife e em Fortaleza, os tucanos apóiam candidaturas de outros partidos, o que chega a ser surpreendente, pois a primeira é a base eleitoral do presidente da sigla e a segunda a sede de um dos mais influentes núcleos regionais do PSDB.
Restam Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, os três principais colégios eleitorais do país. No Rio, onde venceu eleições majoritárias no passado, o PSDB não tem candidato a prefeito e integra a chapa de Fernando Gabeira.
A respeito de São Paulo, todos sabem: o PSDB tem grande chance de vitória, com Alckmin, com reflexos ainda pouco claros sobre 2010. O próprio ex-governador, vencendo, sai da corrida para indicação do candidato a presidente. Perdendo, mais ainda. Serra já perdeu, qualquer que seja o vitorioso. A dúvida é quanto essa derrota vai repercutir em sua declarada intenção de ser o candidato de seu partido.
Em Belo Horizonte, um paradoxo: o PSDB optou por não ter candidato, mas o governador Aécio Neves tem tudo para ser o grande vitorioso, dentro do PSDB, na eleição deste ano. Para isso, basta que o candidato do PSB, que apóia, confirme, nas urnas, o prognóstico de quem entende de política mineira.
Com Aécio e Beto Richa, o PSDB muda de geração e de geografia.
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