Fábio Vasconcellos e Ludmilla Lima
DEU EM O GLOBO
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Maioria considera insuficientes os R$744 milhões previstos na proposta orçamentária e questiona números
Luz amarela para os candidatos a prefeito do Rio. Com tantas propostas, pode faltar dinheiro na hora de cumprir as promessas. Pelos números preliminares do orçamento de 2009, a nova administração arcará com uma dívida de R$1,1 bilhão (juros e amortização). O desembolso é 28% maior do que o estimado para este ano. O peso da dívida já produz efeitos. A expectativa de investimentos encolheu 13% em relação a 2008 (passou de R$856 milhões para R$744 milhões).
Os números deixaram Eduardo Paes (PMDB) desconfiado:
- Há números estranhos. O serviço da dívida está muito mais alto do que o deste ano. Houve ainda um aumento do orçamento (receitas). Parece que há certa maquiagem - criticou Paes, que ontem fez campanha ao lado do governador Sérgio Cabral, na Zona Oeste.
- Há números estranhos. O serviço da dívida está muito mais alto do que o deste ano. Houve ainda um aumento do orçamento (receitas). Parece que há certa maquiagem - criticou Paes, que ontem fez campanha ao lado do governador Sérgio Cabral, na Zona Oeste.
Apesar da queda na estimativa de investimento, o peemedebista considerou elevado os R$744 milhões previstos:
- A situação não estará tão confortável assim para ter R$700 milhões de investimentos.
Gabeira suspeita de "esqueletos no armário"
Já o candidato Fernando Gabeira (PV) demonstrou preocupação com o que chamou de "esqueletos no armário":
- Existe uma dívida de R$600 milhões contraída perante a Justiça por causa do IPTU progressivo. Acho que teremos dificuldades com esse orçamento, que precisará ser adequado à realidade.
O senador Marcelo Crivella (PRB) acredita que R$700 milhões sejam insuficientes. Mas espera aumentar a receita com a liberação, pela União, do empréstimo do BID para o Favela-Bairro 3 (US$300 milhões, divididos entre a prefeitura e o banco) e com a implantação da nota fiscal eletrônica:
- Hoje, esse orçamento é insuficiente para as demandas das comunidades carentes e para o resto da cidade.
Jandira Feghali (PCdoB) defendeu uma auditoria nas contas do município:
- A prefeitura está se endividando mais. No entanto, só com os dados apresentados não dá para dizer que isso é uma bomba. É preciso fazer uma auditoria para se ter a noção exata. O investimento caiu porque a arrecadação está caindo e as despesas com juros aumentaram.
Para Solange Amaral (DEM), os recursos previstos são suficientes para realizar propostas como a construção do Hospital da Mulher e a ampliação do Ônibus da Liberdade.
- Há muitas outras possibilidades de investimentos além dos recursos próprios. Educação e saúde, por exemplo, têm recursos carimbados. O Fundeb permite que se invista em creches. Acho que R$700 milhões são um valor considerável.
O prefeito Cesar Maia explicou que o aumento dos gastos com a dívida ocorreu devido à elevação do Índice Geral de Preços (IGP), que a corrige anualmente. Sobre um possível arrocho nas contas de seu sucessor, Cesar disse que o pagamento da dívida tem limite de 11% das receitas constitucionais. Afirmou ainda que os valores estimados para investimentos são compatíveis com orçamentos anteriores.
- Esse é o nível de investimentos que a prefeitura aplica. Oscila em torno de R$700 milhões por ano. Dependendo da arrecadação efetiva, pode ser maior ou menor.
O candidato do PT, Alessandro Molon, disse que apenas com mudanças na proposta orçamentária será possível contemplar mais projetos:
- Vamos investir em prevenção, realizando o Programa Saúde da Família. Com o mesmo volume de recursos, será possível fazer muito mais.
O candidato do PSOL, Chico Alencar, afirmou que há problemas na gestão das contas, como em relação à Previdência:
- O grande desafio é fazer a lei ser respeitada e não realizar contingenciamento.
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