DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)
RUMO ÀS ELEIÇÕES
RUMO ÀS ELEIÇÕES
Três presidenciáveis acompanharam o desfile do Galo da Madrugada ontem. José Serra caminhou entre os populares. Dilma e Ciro ficaram no camarote
Nada melhor do que a Festa de Momo para os políticos, de olho nas eleições que se avizinham, circularem pelos polos do País, testarem a popularidade e posarem para fotos. Os principais presidenciáveis prestigiaram, ontem, o desfile do Galo da Madrugada, acompanhados dos líderes políticos da região. Com disposição, sorrisos no rosto e troca de elogios, a ministra Dilma Rousseff (PT) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB) curtiram o bloco carnavalesco, mas não arriscaram “brincar” fora dos camarotes. Já o governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB, circulou rapidamente para cumprimentar os foliões.
A ministra Dilma chegou ao Palácio às 10h40 e foi logo brincando com o presidenciável do PSB, que já estava no local. “Ciro, pensei que sua camisa ia ser igual a minha.” Ambos usavam a camisa oficial do camarote de Eduardo. Azul com desenho de bichos, mas com animais diferentes. À imprensa, Dilma afirmou que ali “não era momento para discutir a aliança (para a campanha)”. “Minha relação com Ciro é especial.”
A comitiva deixou o Palácio das Princesas por volta das 11h e fez a pé o trajeto até os camarotes na Avenida Guararapes. O prefeito do Recife, João da Costa, de Olinda, Renildo Calheiros, o deputado Armando Monteiro (PTB) e o secretário das Cidades, Humberto Costa (PT), faziam parte do grupo. No percurso, apenas o governador foi bastante cumprimentado. Dilma e Ciro foram pouco reconhecidos pelos populares. Já no camarote, a petista fazia sinal de ok e o desenho de um coração para os populares.
Tanto Dilma quanto Ciro justificaram a passagem pelo Estado não por força da campanha que se avizinha, mas para “prestigiar o maior bloco do mundo”. Ciro, inclusive, disse ter vindo para mais de 15 desfiles do Galo. A ministra da Casa Civil veio à festa pelo segundo ano.
Na entrevista à imprensa, no Palácio, Ciro voltou a disparar contra Serra. “É importante que ele venha para cá (o Galo) para conhecer uma vezinha o que é vida real.” Indagado sobre o que acha de Serra buscar uma identificação com o Nordeste, Ciro soltou: “É mais fácil um boi voar (do que acontecer essa identificação)”.
JOSÉ SERRA
Com uma camisa azul e calça caqui, Serra se esforçou ao máximo para ser simpático e popular na rápida passagem pelo Carnaval do Recife. Ficou um pouco mais de uma hora no desfile do Galo. Chegou 20 minutos após o início. Tempo suficiente para aproveitar o camarote oficial do clube para fazer imagens e dar entrevistas. Tudo era registrado por uma equipe de televisão contratada por seus assessores. O ponto alto, no entanto, foram os 20 minutos que decidiu descer do camarote para caminhar no meio da multidão e sentir “o cheiro do povo”, termo utilizado pelos correligionários.
Quando desceu, Serra se deparou com foliões que já eufóricos com o Galo. Protegido por seguranças, o governador paulista tentava, mesmo com o som dos trios elétricos, conversar, cumprimentar e tirar fotos com as pessoas. Mas era o tempo todo empurrado. Era o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) que o apresentava, aproximando-o da população.
Serra confessou que se surpreendeu com a receptividade das pessoas e disse que “nunca” teve medo do povo. “Vi muita amizade e carinho. Fiquei felicíssimo de ter vindo, andado entre as pessoas”, falou. Na caminhada, foi reconhecido por alguns e provocado por outros. “Voto em Dilma (Rousseff)”, disse uma eleitora. Serra apenas sorriu. Dilma e Serra seguiram para Salvador.
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