DEU EM O GLOBO
Sílvio Santos negociou pessoalmente socorro a banco do seu grupo
As fraudes contábeis no Banco PanAmericano, do Grupo Silvio Santos, vinham sendo cometidas há pelo menos três ou quatro anos, segundo apurou o Banco Central. Ou seja, quando a Caixa Econômica Federal gastou R$ 739 milhões para comprar 49% do capital cia instituição, em dezembro de 2009 e em julho deste ano, a maquiagem nas contas já existia. Mas nada foi detectado pelas auditorias contratadas pelo governo. O rombo foi de R$ 2,5 bilhões. O problema só estourou no mês passado, quando o BC descobriu que executivos do PanAmericano fraudavam os balanços. O próprio Sílvio Santos negociou pessoalmente o socorro para o seu banco junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O presidente Lula negou que a empresário tivesse pedido ajuda a ele. As ações do banco caíram 29,5%.
Silvio Santos participou da negociação pessoalmente
Empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos teria sido condicionado à venda das empresas, à exceção do SBT
Ronaldo D’Ercole e Patrícia Duarte
SÃO PAULO e BRASÍLIA. O empresário Silvio Santos participou diretamente de toda a negociação que resultou no socorro de R$ 2,5 bilhões dado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ao banco PanAmericano. Como se propunha a usar seu patrimônio para evitar a quebra do PanAmericano, o Banco Central (BC) propôs que ele negociasse um empréstimo com o FGC. O contrato teria uma cláusula que prevê a obrigatoriedade de o controlador vender todas as suas empresas, menos o SBT, no período de dez anos.
Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, esse termo foi adicionado porque há ceticismo sobre a capacidade de o grupo Silvio Santos obter receita suficiente para bancar o empréstimo.
A venda seria negociada pelo próprio FGC, e o PanAmericano seria o primeiro a ir. Segundo fontes próximas ao assunto, não será difícil encontrar compradores, já que o banco foi saneado. E o fato de ter a Caixa Econômica Federal (CEF) como sócia do PanAmericano é um chamariz.
O presidente do Conselho de Administração do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, também deu a entender que a venda dos ativos teria sido condição para liberar o empréstimo: — Há o compromisso de esforço contínuo de venda das empresas, naturalmente daquelas que são mais rentáveis, caso do banco, que continuará tendo a Caixa como sócio relevante da instituição.
O primeiro contato de Silvio Santos com os dirigentes do FGC foi em 11 de outubro. No dia 13 eles já se reuniam para costurar uma solução.
Segundo Ferreira, pela primeira vez um empresário “propôs voluntariamente entregar seu patrimônio como garantia”. As empresas são: PanAmericano, Jequiti (de cosméticos), Liderança Capitalização, Baú Financeira e SBT. Mas este não faz parte da cláusula de venda por razões legais. Além de ser uma concessão pública (radiodifusão), a maior parte das suas ações pertence à pessoa física Silvio Santos, não ao grupo empresarial. A venda da TV só ocorreria no pior cenário possível, o que é descartado neste momento.
A holding SS Participações, que controla as 44 empresas do grupo, emitiu debêntures no valor de R$ 2,5 bilhões, adquiridas pelo FGC. Isso é menos de 10% do patrimônio atual do FGC, de R$ 28 bilhões.
Sílvio Santos negociou pessoalmente socorro a banco do seu grupo
As fraudes contábeis no Banco PanAmericano, do Grupo Silvio Santos, vinham sendo cometidas há pelo menos três ou quatro anos, segundo apurou o Banco Central. Ou seja, quando a Caixa Econômica Federal gastou R$ 739 milhões para comprar 49% do capital cia instituição, em dezembro de 2009 e em julho deste ano, a maquiagem nas contas já existia. Mas nada foi detectado pelas auditorias contratadas pelo governo. O rombo foi de R$ 2,5 bilhões. O problema só estourou no mês passado, quando o BC descobriu que executivos do PanAmericano fraudavam os balanços. O próprio Sílvio Santos negociou pessoalmente o socorro para o seu banco junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O presidente Lula negou que a empresário tivesse pedido ajuda a ele. As ações do banco caíram 29,5%.
Silvio Santos participou da negociação pessoalmente
Empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos teria sido condicionado à venda das empresas, à exceção do SBT
Ronaldo D’Ercole e Patrícia Duarte
SÃO PAULO e BRASÍLIA. O empresário Silvio Santos participou diretamente de toda a negociação que resultou no socorro de R$ 2,5 bilhões dado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ao banco PanAmericano. Como se propunha a usar seu patrimônio para evitar a quebra do PanAmericano, o Banco Central (BC) propôs que ele negociasse um empréstimo com o FGC. O contrato teria uma cláusula que prevê a obrigatoriedade de o controlador vender todas as suas empresas, menos o SBT, no período de dez anos.
Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, esse termo foi adicionado porque há ceticismo sobre a capacidade de o grupo Silvio Santos obter receita suficiente para bancar o empréstimo.
A venda seria negociada pelo próprio FGC, e o PanAmericano seria o primeiro a ir. Segundo fontes próximas ao assunto, não será difícil encontrar compradores, já que o banco foi saneado. E o fato de ter a Caixa Econômica Federal (CEF) como sócia do PanAmericano é um chamariz.
O presidente do Conselho de Administração do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, também deu a entender que a venda dos ativos teria sido condição para liberar o empréstimo: — Há o compromisso de esforço contínuo de venda das empresas, naturalmente daquelas que são mais rentáveis, caso do banco, que continuará tendo a Caixa como sócio relevante da instituição.
O primeiro contato de Silvio Santos com os dirigentes do FGC foi em 11 de outubro. No dia 13 eles já se reuniam para costurar uma solução.
Segundo Ferreira, pela primeira vez um empresário “propôs voluntariamente entregar seu patrimônio como garantia”. As empresas são: PanAmericano, Jequiti (de cosméticos), Liderança Capitalização, Baú Financeira e SBT. Mas este não faz parte da cláusula de venda por razões legais. Além de ser uma concessão pública (radiodifusão), a maior parte das suas ações pertence à pessoa física Silvio Santos, não ao grupo empresarial. A venda da TV só ocorreria no pior cenário possível, o que é descartado neste momento.
A holding SS Participações, que controla as 44 empresas do grupo, emitiu debêntures no valor de R$ 2,5 bilhões, adquiridas pelo FGC. Isso é menos de 10% do patrimônio atual do FGC, de R$ 28 bilhões.
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